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BoCA reflecte sobre a crise migratória e a identidade de género

A Bienal de Artes Contemporâneas arranca a 2 de Setembro, com um programa recheado de artes performativas e visuais, música e cinema. Entre as primeiras confirmações estão o espanhol Paul B. Preciado e a polaca Agnieszka Polska.

Mauro Gonçalves
Escrito por
Mauro Gonçalves
Editor Executivo, Time Out Lisboa
SPAfrica, de Julian Hetzel com Ntando Cele, BoCA
DRSPAfrica, de Julian Hetzel com Ntando Cele
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Começa a 2 de Setembro e, até 15 de Outubro, vai passar por mais de dez palcos e espaços de Lisboa e não só. São agora conhecidas as primeiras confirmações da 4.ª edição da BoCA – Bienal de Artes Contemporâneas. Entre estreias mundiais e nacionais, destacam-se nomes como Paul B. Preciado, Agnieszka Polska, Julian Hetzel & Ntando Cele, Vera Mantero, Teresa Silva, Héctor Zamora e Gaya de Medeiros. Crise migratória e identidade de género são os temas que orientam o programa.

O filósofo e escritor transgénero Paul B. Preciado é um dos nomes anunciados. À bienal, traz Orlando, a minha biografia política, premiada carta filmada a Virginia Woolf em antestreia nacional. Pela primeira em solo português, do mesmo autor, a conferência-performance Eu Sou o Monstro Que Vos Fala contribuirá para a reflexão em torno dos conceitos de género, sexualidade e poder.

Agnieszka Polska apresenta The Talking Car, a primeira criação de palco da premiada artista polaca. Uma estreia mundial que terá lugar na Culturgest e cuja acção se centra nas relações entre humanos, não-humanos e infra-estruturas sociotecnológicas. No elenco, a produção conta com Albano Jerónimo, Bartosz Bielenia, Íris Cayatte, Vera Mantero e Aaron Ronelle.

Julian Hetzel é outro dos nomes já confirmados. Será a estreia em Portugal do seu espectáculo SPAfrica, com a sul-africana Ntando Cele, que se debruça sobre a relação entre capitalismo e racismo.

Nem todos os destaques da programação da BoCA vêm de fora. Entre as criações encomendadas a artistas nacionais está Chat Room de Ana Borralho & João Galante, onde o público assume parte activa num palco convertido em sala de conversa virtual. Gaya de Medeiros parte do Café Muller de Pina Bausch para aprofundar a ideia de esperança. Enquanto isso, canto e dança surgem juntos na peça que junta a artista Ana Jotta, a coreografia de João dos Santos Martins e a pianista Joana Sá.

Fora do palco, o mexicano Héctor Zamora apresenta uma acção performativa no espaço público em Lisboa e Faro, cidade por onde esta edição da bienal também vai passar. Mais uma vez, a tónica estará na comunidade migrante. Já o argentino Gabriel Chaile ocupa a Praça do Carvão do MAAT com uma instalação de grande escala, que envolve cerâmica, performance e participação pública.

Ao longo de um mês e meio, a BoCA vai passar por mais de uma dezena de locais em Lisboa, além do prolongamento da programação até Faro. Culturgest, MAAT, Teatro do Bairro Alto, Museu Nacional de Arte Contemporânea, Academia das Ciências, Teatro Taborda, Teatro Ibérico, Estufa Fria, Panteão Nacional, Cinema São Jorge são os espaços que vão acolher a bienal.

Vários locais. 2 Set-15 Out. Desde 10€

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