[title]
A nova temporada do Teatro do Bairro Alto (TBA) arranca a 9 de Setembro, com duas peças do encenador e realizador sueco Marcus Lindeen: Orlando Et Mikael, que aborda a redesignação de género, e L’Aventure Invisible, que explora os temas da identidade, morte e transformação. Repetem-se ambas no dia seguinte. A agenda segue até Dezembro na Rua Tenente Raúl Cascais, preenchendo-se com mais teatro, dança, música e performance, mas também conversas e conferências.
“Fala-se de identidade, de racismo, de revolução, em interacções que podem ir da conversa ao conflito, da performance ao humor, da crítica à reminiscência. Queremos lidar com a dificuldade e o desconforto, abrir espaço sensível para ouvir, aprender a atravessar a noite febril à luz das lâmpadas. E queremos pensar sobre arte, que é sempre uma maneira de fazer perguntas”, afirma Francisco Frazão, director do TBA, em comunicado.
A 29 e 30 de Setembro e a 1 de Outubro, destaca-se Por Motivos De Força Maior, da coreógrafa Teresa Silva. É o único espectáculo de dança nestes três meses de programa, apoiando-se no encontro intergeracional como lugar de aprendizagem.
Já em Outubro sobressai a performance Poperópera Transatlântica, do colectivo brasileiro MEXA, formado por artistas da cena e activistas, pessoas negras, trans, LGBTQIA+ e mães em 2015, após episódios de violência discriminatória em alguns centros de abrigo de São Paulo. A apresentação, com data marcada para os dias 7 e 8, relaciona as histórias pessoais de cada performer com a A Odisseia de Homero, ao mesmo tempo que revisita a dance music dos anos 1990. No dia 20, há jazz de Lotte Anker (saxofone) e Gabriel Ferrandini (bateria e percussão), aqui em colaboração.
Blackface, uma co-produção do Alkantara com o TBA, escrita e encenada por Marco Mendonça, está marcado para Novembro. É um espectáculo que parte de experiências pessoais e da história do blackface como prática teatral racista, desde as suas raízes nos EUA aos casos portugueses, e estará em cena a 17, 18 e 19.
Em de Dezembro é de assinalar A Missão da Missão, entre 7 e 16 (excepto 11 e 12). O TBA propôs ao colectivo Aurora Negra que revisitasse A Missão de Heiner Müller, a única peça que o Teatro da Cornucópia encenou duas vezes. A peça tem por base os movimentos de libertação africana e a importância da participação feminina nas lutas pela liberdade. A encerrar a temporada, no dia 21, os Jovens do Hungo, que têm difundido as raízes musicais de Angola junto das novas gerações, partilham o palco com Bonga.
Como há muito mais para ver, o melhor será consultar toda a informação disponível no site do Teatro do Bairro Alto.
+ Pantomima: três dias de acrobacias (e não só) em Loures
+ O que de melhor o jazz tem e pode vir a ter ouve-se no Jazz em Agosto