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Caetano, Moreno, Zeca e Tom Veloso esgotaram o Coliseu de Lisboa duas vezes no Verão passado. E vão tentar esgotá-lo pela terceira vez no próximo dia 5 de Julho.
Caetano e filhos andam a tocar juntos deste 2017 e um dos concertos, no Theatro Net São Paulo, foi registado e editado em CD/DVD no ano passado. Chama-se Ofertório, como a actual digressão e uma das suas canções, e é uma celebração da música e do legado do patriarca, mas também das canções dos seus filhos.
Estes concertos em família eram um sonho antigo de Caetano Veloso, como o cantor e compositor brasileiro confessou à Time Out no ano passado. "Mas cada noite eram horas de preocupação no travesseiro: será que com isso ponho meus filhos em situação demasiado vulnerável? Será que as plateias vão acolher nosso clima muito peculiar", interrogava-se.
Não tinha razões para se preocupar. "Depois da estreia vimos que as pessoas são tocadas pelo que fazemos e pelo que representamos", reconhecia na mesma entrevista. É natural que as pessoas se sintam tocadas. Afinal, é bonito vê-los trocarem de instrumentos, interpretarem as próprias canções e as dos outros, atropelarem-se com carinho e sem necessidade de pedir desculpa. Como uma família.
Há canções de Moreno (“Um Passo à Frente” ou “De Tentar Voltar”), Zeca (“Todo Homem”) e Tom (“Clarão”), mas a maioria do repertório foi composto pelo patriarca ao longo de mais de cinco décadas, da clássica “Alegria, Alegria” à mais recente “Não me Arrependo”, passando por "Reconvexo" ou "O Leãozinho". "[Uma canção] que os filhos de tanta gente pedem e os meus não deixaram de pedir", brinca Caetano.