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Café Klandestino mudou-se para perto da Avenida da Liberdade

Do Intendente para a Rua do Telhal, agora os cocktails são servidos num espaço luminoso, com novos pratos a acompanhá-los.

Luís Filipe Rodrigues
Editor
Café Klandestino
Francisco Romão PereiraCafé Klandestino
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A luz de um final de tarde de Verão ilumina o Café Klandestino, aberto em meados de Julho na Rua do Telhal. O nome, o conceito e alguns cocktails são os mesmos que introduziram no Verão de 2018 no Intendente. Também adaptaram o velho balcão ao novo espaço, bem como um espelho, até trouxeram de lá os candeeiros – decorados com recordações que os clientes foram deixando no bar e os donos trazendo das suas viagens, “desde cartas de condução [do Médio Oriente], a chaves de cacifos de ginásios da Costa Rica”, conta João Pedro Resende, barman e um dos sócios. Contudo, as diferenças são várias e óbvias. As mesas e as cadeiras têm um design moderno, diferem as peças recicladas de antanho; toda a decoração é mais sóbria; o espaço parece mais arejado e luminoso.

E depois há o menu, onde cinco cocktails de autor que já se tornaram sinónimos do Klandestino convivem com outras tantas novidades e uns quantos clássicos incontornáveis. Alguns, têm ingredientes fora do comum, como trufa branca, pimentos padrón, ou pickles e azeite de manjericão. “Os nossos menus sempre foram muito gastronómicos”, descreve João. “Até porque, antes de ser bartender e de querer estar nesta área, a minha paixão era a cozinha. Ainda é”, emenda. “E agora temos muitas opções de comida, coisas mais típicas, como a salada de polvo ou o escabeche de pato. Porque aqui tenho um bocadinho mais de espaço e condições melhores para desenvolver essa componente.”

Café Klandestino
Francisco Romão PereiraCafé Klandestino

Há uma dúzia de pratos por onde escolher. De um lado do menu, estão os “petiscos”: o tal escabeche de pato; a salada de polvo (finalizada com chimichurri, pimentos e crumble de chouriço, “uns toques criativos”, nas palavras do dono); uma opção vegetariana, “que é idêntica à de polvo”, mas substitui o cefalópode por grão; tibornas de sardinha, ou de ovas de bacalhau e alho negro. Do outro lado, estão opções que requerem menos mão de obra, como o pão com tomate; pratos de queijos e de enchidos; muxama algarvia; torresmos fatiados; biqueirões; e anchovas. Os preços vão dos 3€ (por quatro peixinhos em conserva) aos 8€ por um prato de escabeche. E a maior parte dos produtos são comprados na Manteigaria Silva, um sinónimo de qualidade, no Rossio.

Os clientes – turistas e locais – têm encarado estas mudanças com bons olhos, de acordo com o proprietário. “Quando abrimos no Intendente, em 2018, o pessoal não era tão receptivo a pagar nove ou dez euros por um cocktail. Mas conseguimos conquistar o nosso público, também mostrando o que é que se faz por trás da bebida que estamos a servir”, conta João. Não se admira, por isso, que “as pessoas cada vez mais procurem este tipo de bares”. Nem que, em quase todas as mesas, estejam agora “a pedir comida para acompanhar” as bebidas – sejam elas cocktails, vinhos ou as cervejas artesanais da Musa.

Altura de mudar

“Nestes bares, mais ou menos de cinco em cinco anos, costuma haver uma grande reforma”, aponta o dono. No caso do Café Klandestino, não foi logo passados cinco anos, porém, há uns meses, ele e os seus sócios sentiram que “era altura de mudar”.

Café Klandestino
Francisco Romão PereiraCafé Klandestino

Tinham passado seis anos desde a inauguração, e “tanto a rua [do Benformoso] como o bairro não estavam a acompanhar o projecto”, diz o barman. “Não nos arrependemos nada de ter aberto naquela zona, mas passaram [seis] anos, pensámos que muita coisa ia mudar, só que depois da covid e ultimamente com a inflação e com os problemas todos que vemos, cada vez mais pobreza, a rua ficou mais tensa”, assume. “Decidimos pôr um ponto final ali” no final de Maio. E começar de novo para os lados da Avenida da Liberdade.

No Intendente, achavam que não estavam a receber tanta gente como podiam. E deviam. “Trabalhávamos super bem, mas sentíamos que o bar tinha capacidade para muito mais – se estivesse noutro bairro. É isso que agora queremos comprovar.” Ainda estão abertos no novo sítio há poucos dias, mas parecem convencidos que fizeram a escolha certa. “É uma zona de muita passagem”, nota o proprietário. “Ou seja, passam aqui muitos carros, mas não é só isso. Na sexta e no sábado à noite é uma zona movimentada, com muita gente. Esperamos que seja o público certo.” 

Rua do Telhal, 65 (Avenida da Liberdade). Seg-Sáb 17.00-00.00

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