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Capital Verde Europeia: Lisboa terá mais jardins, mais hortas e mais energias renováveis

Apesar da pandemia, a Câmara Municipal de Lisboa deu a volta à programação da Capital Verde Europeia e apresenta-a agora renovada e, de facto, mais verde.

estufa fria
Fotografia: Manuel Manso
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Assinalando o Dia do Ambiente, a Câmara Municipal de Lisboa apresentou esta sexta, 5, o relançamento da programação da Capital Verde Europeia 2020, a medalha que Lisboa traz ao peito desde o início do ano. Há eventos e exposições a serem retomadas, mais espaços verdes a inaugurarem, mais hortas, um pomar e mais mobilidade na cidade. 

“Quando há uma má colheita, temos de fazer como o agricultor e semear as mesmas coisas, e tal como tínhamos prometido no âmbito da Capital Verde Europeia queremos continuar a informar, participar, valorizar, debater e envolver – é exactamente isso que vai continuar a acontecer”, começou por dizer o vereador do Ambiente, José Sá Fernandes, na apresentação do novo programa na Estufa Fria. 

Desde 1 de Janeiro de 2020 que Lisboa carrega a bandeira de Capital Verde Europeia, mas a pandemia trocou as voltas da agenda que estava programada para os próximos tempos. Agenda essa que ocupava muitos dos espaços culturais e jardins da cidade com programações temáticas para celebrar o ambiente em todas as suas vertentes: dos transportes à agricultura, da gastronomia ao oceano.

“Agora ainda temos mais obrigações para com os nossos cidadãos: para os que foram, para os que ficaram e para os que resistiram”, disse ainda. A nova programação contempla o reagendamento de muitos eventos e inaugurações que não chegaram a acontecer. 

Muitos dos eventos planeados sofreram alterações, até porque nem todos puderam ser adaptados à realidade digital. Adiada para 21 de Junho está a inauguração do Jardim Vertical do Centro Cultural de Belém, e logo a 3 de Julho está marcado, na Biblioteca Nacional, o concerto Lisboa Capital Verde Europeia 2020 pela Orquestra Metropolitana de Lisboa.

Também inserido na programação está o Festival Jardins Abertos, que regressa durante dois fins-de-semana de Julho (18 e 19, 25 e 26) assumindo dois formatos: um com visitas presenciais ao espaços verdes da cidade, e outro digital com conversas e oficinas. 

De 18 a 26 de Setembro está agendado o Festival Eco-Vídeo, uma mostra videográfica que promove a reflexão, discussão e disseminação de temáticas ambientais e animais. De 24 a 27 de Setembro é a vez do Lisboa Soa, cuja call para artistas termina já a 15 de Junho.

Acontecerá também um Festival da Sustentabilidade, a 24 e 25 de Outubro, e o GreenFest, em Carcavelos, de 2 a 4 de Outubro. O festival de música e arte urbana Iminente vai continuar na agenda apesar de não ter datas fechadas ainda.

A 22 de Novembro celebra-se o Dia Internacional de Dar uma Volta, que este ano está inserido na programação, para que “façamos muita coisa que nestes tempos não pudemos fazer, dar uma volta, abraçar”, segundo Sá Fernandes. 

Na agenda estavam ainda muitas exposições, algumas que ainda conseguiram inaugurar antes do confinamento, porém outras tiveram de ser adiadas. ”Jardins Históricos de Portugal – Memória e Futuro” inaugura a 18 de Junho na Biblioteca Nacional, “Lixo Luxo” inaugura no MUDE a 10 de Setembro, e “Cultivar: as Hortas na Cidade de Lisboa” fica para 22 de Outubro no Museu de Lisboa – Palácio Pimenta.

Quase no final do ano, a partir de 31 de Dezembro, Museu de Arte Antiga recebe “Um Itinerário pela Iconografia Botânica”. Já a grande exposição da água “H2O” ficará para 2021 no Pavilhão do Conhecimento. Há ainda muitas outras que se encontram sem data para inauguração.

Também as conferências tiverem de ser reagendadas. É o caso de Lisboa, que paisagem é esta?, a 12 de Setembro no CCB. Será também lá que acontece a Bienal do Ambiente Lisboa 2020 – A Água e as Inter-Relações com Seres Humanos e Biologia Marinha, a 27 de Setembro. Mantém-se a conferência dos Planetiers, de 21 a 24 de Outubro, e está marcada uma outra para dia 23 desse mês, a Sustainable Fashion Business Lisboa 2020, na Academia das Ciências de Lisboa. 

Na CGD, a 3 de Novembro acontece a conferência Qualidade de Vida na Cidade: Saúde Pública, Poluição Atmosférica. Está ainda agendada, para 19 de Outubro, abertura da Green Week na Gulbenkian – um evento oficial da Comissão Europeia.

Estruturas verdes e obras na cidade

Foi também anunciado que, a partir do próximo ano, serão entregues aos lisboetas vários parques hortícolas (Carmelitas, Horta Nova, Quinta do Beirão e ISA) e ainda um pomar em Monsanto, cuja primeira árvore será plantada ainda este ano. 

Sá Fernandes destaca também as obras públicas que não pararam durante a pandemia. Ficaram concluídos o Parque Ribeirinho Oriente e a ponte pedonal da Calçada de Carriche, e em obra estão a Praça de Espanha e o Vale de Alcântara. 

Em lançamento estão, por exemplo, as obras na Quinta das Flores, Rua Jorge Barradas, a da ponte do Trancão e da ponte da Avenida Gago Coutinho. Em projecto final estão ainda os últimos projectos para concluir o Plano Verde do Gonçalo Ribeiro Telles, o Vale da Montanha II e Vale do Forno. 

E se estava prometida a inauguração de um jardim surpresa todos os meses, a promessa vai cumprir-se dentro das limitações pandémicas e ainda durante o mês de Junho, no dia 18, será inaugurado o Jardim da Biblioteca Nacional. Depois, nos meses seguintes, vem o Jardim da Caixa Geral de Depósitos, na Avenida João XXI, e o Parque do Monte das Perdizes e o Viveiro da Quinta da Pimenteira, ambos em Monsanto. Para breve está também agendada a inauguração do Jardim da Casa do Arco, junto às Amoreiras, e depois o Jardim da Quinta da Alfarrobeira. 

Vão continuar a aparecer novos jardins em 2021. É o caso do Jardim do Arquivo Ultramarino, o Jardim do Palácio da Independência, Jardim da Água (LNEC), a ampliação do Jardim da Quinta do Bensaúde, o Jardim Gama Pinto e a expansão do Jardim Gulbenkian. 

Este ano serão também inaugurados parques infantis com piso de cortiça, matéria-prima portuguesa e sustentável, que será também usada para ilhas flutuantes nos lagos da cidade e que promovem o crescimento de plantas à superfície. 

Renovar energias

Também a mobilidade mudou e serão criadas mais ciclovias. Haverá ainda um fundo de três milhões de euros para o apoio à compra de bicicletas – pode ler mais sobre este projecto aqui

No que diz respeito à matéria do Compromisso da Capital Verde Europeia, Sá Fernandes adiantou que a autarquia chegou a acordo com o Porto de Lisboa e a partir de 2022 os cruzeiros que atraquem na cidade não podem usar gasóleo, o que pressupõe a electrificação do porto. 

Referiu ainda que Carnide vai ter uma estação de hidrogénio, na central fotovoltaica que será construída junto ao cemitério do bairro. Vai servir para abastecer veículos e para armazenar hidrogénio.

Também muda a gestão da água: Lisboa vai voltar a ter água de nascente e haverá continuidade do programa de reutilização de águas para regas ou para lavar as ruas, por exemplo.

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