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Arrancou hoje o processo de aquisição dos novos autocarros na Estação de Santo Amaro, num dia em que foi assinalado o primeiro ano de gestão municipal da Carris, numa cerimónia que decorreu na Estação de Santo Amaro.
A Carris está a mudar e já não precisamos de rezar ao Senhor por mais Mercedes Benz. O crescimento e renovação da frota arrancou oficialmente hoje com a assinatura dos contratos de aquisição de 165 novos autocarros a gás natural (na imagem um dos futuros 40 modelos articulados) que se irão juntar aos 600 que actualmente circulam em Lisboa. Uma medida que promete reduzir as emissões de CO2 e os tempos de espera e aumentar postos de trabalho com a contratação de mais motoristas, guarda-freios e técnicos especializados. Um processo "sem precedentes", nas palavras de Tiago Farias, Presidente do Conselho de Administração da Carris.
Desde 2010 que não circulava um autocarro novo nas ruas das cidade e desde então a operadora de transportes públicos sofreu uma perda significativa da frota, em cerca de uma centena de autocarros. Mais oferta, mais qualidade e mais eficiência energética são agora os principais desafios na mira da Carris e da Câmara Municipal de Lisboa, numa altura em que já se regista um significativo aumento de passageiros: foram validadas mais 1,4 milhões de viagens em 2017 do que no ano anterior e só no quarto trimestre do ano passado o aumento da procura fixou-se nos 4,3%.
Em 2017 foram também percorridos mais 750 mil quilómetros em relação a 2016. "Antes do tempo, antes do que nós esperávamos, a Carris começou a ganhar passageiros", afirmou Fernando Medina. Até ao final deste ano, se o ritmo for mantido, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa disse estar previsto um aumento na ordem dos 5 a 6 milhões de passageiros. "Um número impressionante, que sintetiza toda uma estratégia e toda uma opção política", continuou, adiantando que a aquisição de novos autocarros não vai ficar por aqui: "Vamos abrir mais concursos, vamos comprar mais autocarros. Para renovar a frota que temos, sim certamente, mas também e sobretudo para ampliarmos a capacidade de resposta da Carris como grande operadora". Os primeiros veículos, à volta de cem, chegam já durante o segundo semestre deste ano.
Circulação mais rápida
Além dos novos veículos a gás, a Carris também quer dar gás à circulação dos transportes públicos e isso passa essencialmente por duas medidas: uma articulação entre a Câmara Municipal de Lisboa, EMEL e PSP para diminuir os carros parados nas faixas BUS e criar semáforos inteligentes.
Antes da cerimónia na Estação de Santo Amaro, os órgãos de comunicação social foram convidados a participar numa viagem experimental do projecto piloto de semáforos que brevemente passará a dar prioridade aos autocarros, para já entre o Marquês de Pombal e Entrecampos. O semáforo lê um sensor no veículo e o vermelho passa para verde mais rapidamente se existir um atraso na circulação da carreira, que assim pode recuperar tempo perdido. Só nesse troço foi registada uma redução de cerca de 4 minutos nos tempos de deslocação. A próxima zona a receber a implementação deste sistema será a Estrada de Benfica.
A velocidade de circulação também tem vindo a ser reforçada com a união de forças entre município, EMEL e PSP que juntos identificam e penalizam o estacionamento indevido nas faixas BUS para reduzir o número de horas de serviço parado: só em Dezembro foram recuperadas 30 horas.