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Carris Metropolitana lança app com informação em tempo real. “Vamos ser mais exigentes do que a Google”

A partir de 12 de Setembro, aplicação vai permitir pesquisas de carreiras e destinos, mostrar horários de passagem e emitir alertas. Mas ainda não se articula com outras redes, como a Carris ou o metro.

Rute Barbedo
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Rute Barbedo
Jornalista
Carris Metropolitana
Francisco Romão PereiraCarris Metropolitana
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A partir desta quinta-feira, 12 de Setembro, será possível descarregar a nova aplicação para telemóvel da Carris Metropolitana (CM). Esta ferramenta vai permitir aceder a horários estimados de passagem dos autocarros nas mais de 12.500 paragens da rede, que se estende desde "perto de Coruche" até Vendas Novas, transportando cerca de 150 milhões de passageiros por ano, nas contas da empresa Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML), partilhadas esta manhã, 10 de Setembro, numa conferência de imprensa na Brotéria, em Lisboa.

Na aplicação, os utilizadores poderão pesquisar por destinos, números ou linhas e perceber como poderão fazer diferentes trajectos, bem como conhecer os tempos de passagem dos autocarros em cada ponto. Ainda assim, "isto não é um planeador de viagem", esclarece o presidente da TML, Faustino Gomes. A par dos trajectos e horários, a app tem a valência de emitir alertas de aproximação dos autocarros. "Dá tempo para tomar um café e ir para paragem", assegura João Vasconcelos, da TML, que fez uma demonstração de como funciona a ferramenta. Indo ao detalhe, a nova aplicação da Carris Metropolitana permite também apurar a existência de constrangimentos pontuais de trânsito, como cortes ou desvios motivados por eventos festivos, obras ou acidentes. Há, ainda, a possibilidade de adicionar paragens e linhas a uma lista de favoritos, tornando a utilização da plataforma mais prática para passageiros frequentes. Informações sobre os próprios veículos, referentes à acessibilidade, possibilidade de transportar bicicleta ou capacidade de acolher mais passageiros podem também ser consultadas através da aplicação.

Recorde-se que, em Janeiro deste ano, a CM chegou a plataformas como o Google Maps ou o CityMapper, podendo-se acompanhar o movimento das carreiras em tempo real. Na nova app, também se vêem "os autocarros em tempo real no mapa, a andar de um lado para o outro", descreve Rui Lopo, administrador da TML, explicando que esta migração permite um salto qualitativo na experiência do utilizador. "A Google utiliza um mecanismo de utilizar os horários que não nos satisfaz. Vamos ser mais exigentes do que a Google", assevera.

370 painéis electrónicos no exterior até ao final do ano

A app, clarifica a TML, não vem substituir o papel nem os painéis digitais que mostram os horários de autocarro, sendo uma ferramenta sobretudo a pensar nos mais jovens, que terão uma "utilização mais tensa" da rede de transportes públicos. A par dos horários em papel afixados nas paragens (que implicam actualização constante seguindo mudanças como o horário escolar, por exemplo), até ao final do ano, espera-se que sejam montados 370 painéis electrónicos mostrando os tempos estimados de passagem dos autocarros junto às paragens, bem como 65 mupis com informações como mapas e também horários.

A TML reconhece que os números de painéis não são os ideais, mas não tem, para já, planos para aumentar a oferta a este nível. "São equipamentos muito caros", explica Rui Lopo. "Precisamos ainda de mais informação sobre os custos de manutenção destes equipamentos para tomar decisões sobre isso", acrescentou Faustino Gomes, sem deixar de sublinhar que as decisões da TML nunca são unilaterais, dependendo de várias organizações, com as autarquias em destaque. 

Uma app com o metro e comboios? Talvez daqui a dois anos

A app que é lançada esta semana integra apenas os transportes da Carris Metropolitana, não sendo possível relacionar informação de horários e percursos da rede com dados dos autocarros da Carris (Lisboa), do Metropolitano de Lisboa ou da Comboios de Portugal. "Temos a intenção de integrar informação de todos os operadores, mas nem todos têm a informação necessária disponível", explica o administrador da TML, ao que o presidente acrescentou que a empresa já tentou avançar para uma solução integrada com todos os operadores mas "bateu na trave". "Temos de trabalhar nisso", comprometeu-se Faustino Gomes, avançando com uma data possível: "Daqui a dois ou três anos, talvez nem tanto, poderemos ter esse sistema." A plataforma actual, segundo explicou Rui Lopo, já está preparada, inclusive, para receber dados de outros operadores.

Para a empresa tecnológica e de transportes, o grande objectivo de lançar agora a aplicação é mostrar aos utilizadores que "a Carris Metropolitana é fiável". "E, quando não é, nós conseguimos informar as pessoas" e permitir que tomem melhor as suas decisões e planeiem as suas viagens, afirma Faustino Gomes. "Queremos dar confiança às pessoas para utilizarem a Carris Metropolitana", rematou o responsável. 

Com um aumento significativo de oferta e procura no último ano, em particular em concelhos como Sintra ou Palmela, a Carris Metropolitana opera perto de 23 mil serviços de autocarro por dia, em 18 concelhos. Em 2023, utilizaram os seus serviços cerca de 141 milhões de passageiros, esperando-se atingir os 165 milhões até ao final deste ano. 

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