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Gentil senhora. É possível que tenha uma óptima justificação para estar imóvel no lado das escadas rolantes destinado às pessoas apressadas. Pode estar a treinar para as finais do Concurso Nacional de Homens-Estátua, pode ter avistado uma medusa e estar transformada em pedra, ou pode simplesmente gostar de ter um rebanho de pessoas atrás de si.
Seja qual for a sua justificação, pedimos-lhe que reconsidere. Pense na quantidade de almas aceleradas que querem muito chegar ao topo das escadas – ou ao fundo do metro. O lado direito das escadas rolantes anda à mesma velocidade que o lado esquerdo, acredite. E o corrimão terá aproximadamente a mesma quantidade de germes. Se por acaso viaja do lado esquerdo para fazer companhia à pessoa que está à sua direita, lembre-se que você e a sua cara-metade não estão algemados. Nem são um monstro de duas cabeças. Há centenas de sítios melhores onde passear lado a lado e nenhum deles é o Metropolitano de Lisboa ou a escadaria rolante de um centro comercial.
Se quer saber o que é que as pessoas apressadas fazem com o tempo extra que ganham a subir umas escadas que se mexem sozinhas, eis a resposta: chegam aos sítios a tempo. E não me venha com conversas de “ah, a minha educação anglo-saxónica ensinou-me a conduzir pela esquerda”. Não senhora. Até os ingleses, que têm as suas visões particulares sobre sentidos de trânsito, seguem a mesma regra: direita para parar, esquerda para ultrapassar.
No final de contas, isto é tudo uma questão de etiqueta. E quem vai parado do lado esquerdo das escadas rolantes leva uma etiqueta a dizer “idiota”.
O Provedor do Lisboeta é um vigilante dos hábitos e manias dos alfacinhas e de todos aqueles que se comportam como nabos e repolhos nesta cidade. Se está arreliado com alguma coisa e quer ver esse assunto abordado com isenção e rigor, escreva ao provedor: provedor@timeout.com
+ Uma carta aberta ao empregado que diz “queria, já não quer?”
+ Uma carta aberta à pessoa que buzina assim que o sinal fica verde