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Passaram quatro meses desde o atribulado dia do 20.º aniversário de Sofia Frederica Augusta de Anhalt-Zerbst-Dornburg, que ficou para a História como Catarina, a Grande. Quatro meses, muitas cabeças cortadas e uma colecção de momentos hilariantes entre o aborrecimento e a raiva, o entusiasmo e a desilusão, separam o último episódio da primeira temporada de The Great do primeiro episódio da segunda, que chega à HBO este sábado, 20 de Novembro. Ficámos em suspenso depois daquele dia de festa e planos falhados, traições, mal-entendidos, surpresas, declarações de amor e presentes improváveis: a imperatriz pediu a Rússia embrulhada em papel de fantasia com um grande laçarote, mas em vez disso recebeu um Voltaire cínico e ordinário, e um chapadão de realidade.
Neste regresso, que promete novas personagens, como a mãe de Catarina (interpretada pela monumental Gillian Anderson), acompanhamos a ressaca da tentativa de golpe de Estado. A guerra está instalada entre dois pisos do palácio, de um lado Catarina, com uma barriga cada vez mais proeminente, e os seus aliados; do outro a borguista corte de Pedro, sempre em grande, sempre em festa. Ela continua determinada em assumir o trono e tem na gravidez o maior trunfo. Ele, mais e mais apaixonado pela mulher, só quer que parem de interromper o banquete e a orgia com bombardeamentos inconvenientes. “Fiquei muito entusiasmada de poder levar Catarina a outro lugar. Na primeira temporada, ao apresentar as personagens, essa dicotomia entre o bom e o mau era muito clara, mas agora há um blur”, diz a protagonista e produtora Elle Fanning em resposta à Time Out Portugal numa conferência de imprensa via Zoom. “Não é tanto sobre quem é o vilão”, acrescenta Nicholas Hault, que encarna Pedro II. “Agora, vamos tendo mixed feelings em relação a ambos.”