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Há uma vaga de novos cozinheiros em Lisboa a fazer boa comida em projectos pequenos e independentes. E a maior parte são amigos que se vão apoiando uns aos outros nesta altura em que a restauração está tão fragilizada. Pedro Bandeira Abril, chef e um dos sócios do Chapitô à Mesa, criou um grupo no WhatsApp com grande parte destes pouco antes da Covid-19 explodir, para juntos irem pensado em como dinamizar os negócios de cada um, desafiando-se uns aos outros. “E agora foi uma coisa quase orgânica, convidei-os para virem fazer uns jantares comigo ao Chapitô”, conta. Estes jantares, sempre à segunda, começam já dia 29 de Junho com uma dream team que levará pratos a preços acessíveis à esplanada com vista para o Tejo.
Começou por convidar quem lhe é mais próximo, estendeu o convite a outros que cozinham em restaurantes maiores ou hotéis mas que partilham a mesma ideologia. “É uma oportunidade de dinamizar um bocadinho o negócio de todos e todos lucramos”, reforça. A escolha das segundas-feiras também não é um acaso – é o dia de folga da indústria.
A iniciativa, à qual chamou Friendly Fire, pela imposição de cozinhar apenas com carvão, ao ar livre, sem fogão nem forno, arranca dia 29 de Junho com Pedro Monteiro (Fábrica da Musa), Bernardo Agrela (East Mambo), Carlos Pinheiro e Diogo Menezes (Petisco Saloio) e Jennifer Duke (Rebel Rebel). Dia 6 de Julho é a vez de Tiago Cruz, Sónia e Shay Ola (Queimado), João Duarte e João Resende (Café Klandestino). A 13 de Julho a festa à volta do fogo prossegue com José Paulo Rocha (O Velho Eurico), Leonor Godinho (Musa da Bica), João Magalhães (Água pela Barba) e Patrícia Pombo (ONA). Dia 20 chega Francisco Magalhães (HUB Beato), Miguel Peres (Pigmeu), Marcella Ghirelli (Comida Independente) e Jorge de Menezes (A Tabacaria). A última segunda-feira destas “Monday’s takeovers” é com Fábio Santos e Natalie (Isco), Stephanie Audet (Senhor Uva), Carlos Afonso (Frade), Cheila e Semi (Machimbombo).
Não há menus fixos, porque Pedro acredita que esta não é a altura para “fazer menus fechados ou coisas caras”. Cada um levará uns dois, três pratos à escolha, sempre dentro do registo de cada cozinheiro, e os preços vão andar todos à volta dos 5-7€ por prato.
Mesmo com as regras de lotação reduzida aplicadas aos restaurantes, a espaçosa esplanada do Chapitô à Mesa mantém 70 lugares. E da esplanada consegue ver-se a cozinha aberta, onde as labaredas e a criatividade dos chefs vão imperar.
Começa às 18.00, para aproveitar o fim de tarde, e prolonga-se até às 23.00, sendo que é aconselhada a reserva de mesa. “Queremos tirar ideias a partir disto também”, admite Pedro. Portanto, depois destas segundas-feiras com os meninos à volta da fogueira, logo se verá o que vem.