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Miguel Rocha Vieira anunciou a saída do restaurante com estrela Michelin nas redes sociais.
“Após reflexão pessoal, informo que dou como terminada a relação profissional que me uniu durante os três últimos anos à Fortaleza do Guincho”, escreveu Miguel Rocha Vieira no Instagram, não explicando os motivos que levaram a este abandono aparentemente repentino, uma semana antes da gala do Guia Michelin, que este ano se realiza em Lisboa.
Na mesma publicação, numa legenda de uma fotografia na praia do Guincho, Rocha Vieira escreve que foram “três anos de muito trabalho e mudanças” das quais está orgulhoso mas admite que ainda há muito por fazer. “No fim de contas qualquer projecto será sempre um trabalho por terminar.”
O chef chegou à Fortaleza do Guincho em 2015 para substituir Vincent Farges e alterou as linhas de uma cozinha estrela Michelin, que o restaurante mantém desde 2001.
A sua cozinha na Fortaleza do Guincho deixou de ter seguir as fortes influências da escola francesa, herdada de outros chefs que por lá passaram, e foi buscar grande inspiração ao mar, mesmo ali ao lado, privilegiando sempre os produtos da zona e respeitando a sazonalidade dos ingredientes. À Time Out, há um ano, disse que acreditava que o seu trabalho permitiu dar uma "lufada de ar fresco" ao Guincho e a Cascais, "através do conceito, do menu, da cozinha".
“A vida é feita de escolhas e decisões e embora não tenha sido este o desfecho que um dia imaginei quando decidi deixar (quase) tudo o que construí “lá fora” e regressar a Portugal 15 anos depois, mentiria se dissesse que não saio algo inconformado com o que me levou a tomar esta decisão. Saio, sim, com a consciência tranquila, serena, com a certeza de que tomei a decisão mais acertada”, continua Rocha Vieira.
O chef regressou a Portugal depois de uma longa temporada na Hungria, onde conquistou a distinção da estrela Michelin em 2010, no Costes. No último ano, o Costes Downtown, do qual é chef consultor, também viu estrelas.