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Adaptado do livro de Paulo Lins, o filme Cidade de Deus marcou a história do cinema brasileiro e colocou no mapa a favela que lhe deu nome. Realizada por Fernando Meirelles, a longa-metragem coleccionou dezenas de prémios por todo o mundo e esteve nomeada aos Óscares, nas categorias de Realização, Argumento Adaptado, Fotografia e Edição. Meirelles é agora um dos produtores da série Cidade de Deus: A Luta Não Pára, a continuação da conhecida história, realizada por Aly Muritiba (Cangaço Novo) que marca o regresso de vários actores aos mesmos papéis da longa-metragem de 2002. Estreia a 26 de Agosto no streaming da Max (onde também é possível ver o filme), um dia após a estreia no Brasil.
A história original arranca em finais da década de 1960, numa Cidade de Deus ainda a dar os primeiros passos e onde percebemos o quase inevitável destino de um grupo de jovens e crianças que acredita só ter um caminho para o sucesso: a criminalidade. Mas todas as regras têm uma excepção: Buscapé (alcunha de Wilson), o personagem principal e narrador de todo o enredo, numa acção que rapidamente avança para os anos 80. Buscapé acaba por alcançar o sonho de ser fotojornalista, fintando o triste destino que lhe parecia estar traçado.
No entanto, se o livro e o filme nos mostram o pior lado da Cidade de Deus, num mundo dominado apenas pelo crime, a série promete alguma esperança, focando-se numa comunidade que não está apenas determinada em sair da Cidade de Deus, mas em ficar e mudá-la para melhor. Uma importante alteração de postura, que vai no sentido oposto do ditado brasileiro citado no filme: "Se ficar o bicho pega, se correr o bicho morde". A nova produção conta ainda com a ajuda de conhecidas personagens femininas que agora ganham um novo protagonismo, libertando-se de papéis que serviam mais como alicerces para os personagens masculinos.
Ao longo dos seis episódios, a série apresenta excertos do filme, servindo como flashbacks que reconstroem memórias dos velhos protagonistas, aos quais se juntam novos membros. É o caso de Jerusa (Andréia Horta) que ajuda a tirar Braddock da cadeia e conquista o seu coração; a jornalista Lígia (Elia Pereira) que está a fazer uma reportagem sobre os donos do tráfico da Cidade de Deus; ou Curió (Marcos Palmeira), o novo senhor do crime, mas também um homem de família.
Max. Estreia a 26 de Agosto
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