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Cogumelos, sauna e banhos gelados. O Hot Cold Club junta tudo debaixo do mesmo tecto

O novo espaço do Príncipe Real é uma caixa de surpresas. Serve brunch e refeições saudáveis, tem uma loja com criatividade portuguesa, duas saunas e banheiras de água gelada.

Mauro Gonçalves
Escrito por
Mauro Gonçalves
Editor Executivo, Time Out Lisboa
Hot Cold Club
Rita Chantre
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O Hot Cold Club não é só o que parece, embora o nome já dê algumas pistas sobre o que se esconde por trás da nova fachada do Príncipe Real. Estamos no bairro mais cool da cidade (e um dos mais cool do mundo, segundo a Time Out), a escassos passos da Praça das Flores. À primeira impressão, é mais uma paragem para quem procura um brunch domingueiro ou uma refeição ligeira, mas há muito para descobrir à medida que se explora o espaço.

"O Hot Cold Club está dividido em três partes. A primeira é esta, o restaurante e café." A explicação é do proprietário, Christian Taylor, um jovem empreendedor, de nacionalidade escocesa, que escolheu Lisboa para se instalar, depois de 12 anos a viver no continente asiático. Depois do surf, foi a possibilidade de explorar uma lacuna no estilo de vida da cidade que o fez ficar.

Hot and Cold Club, Christian Taylor
Rita ChantreChristian Taylor

É preciso atravessar o espaço, passar pela loja (já lá voltamos) e subir meia dúzia de degraus para chegar ao pátio das traseiras. Além da pequena esplanada e do bar de apoio, eis o que tem atraído a maioria da clientela nestas primeiras semanas de porta aberta – duas saunas, quatro chuveiros e vestiários e quatro banheiras de água gelada. "Antes de tudo, é um espaço de socialização, para as pessoas se encontrarem e divertirem. Mas o relaxamento também faz parte. A terapia com água gelada tem sido uma paixão minha nos últimos dez anos. É algo que se tem tornado cada vez mais popular, por isso aproveitei a oportunidade para proporcionar a experiência a outras pessoas. Daí os três pilares deste projecto: calor, frio e comunidade", explica.

O espaço é a céu aberto, mas pode ser rapidamente coberto em dias de chuva. Ao fundo, está um mural assinado pela dupla portuguesa Malibu Ninjas – são bebés com chapéus em forma de cogumelos, montados em flamingos (segundo Christian, a sensação de quem acaba de sair das banheiras geladas). São quatro, todas elas com temperaturas diferentes – a mais quente marca 14 graus, a mais fria marca dois.

Hot Cold Club
Rita Chantre

Quem vem quer ter a experiência completa, um vaivém entre frio e calor, entre banheira e sauna. São duas – uma delas silenciosa, para quem não está para conversas –, aquecidas a 88 graus. As sessões são de duas horas, com lotação máxima de 12 pessoas, custam 24€ e podem ser marcadas através de uma app gratuita. Durante esse período, os utilizadores são os únicos com acesso ao pátio e têm livre trânsito, com a ajuda de um orientador de serviço. Existem ainda pacotes de cinco e dez sessões.

"Têm duas horas e podem aproveitá-las como quiserem. Normalmente, as pessoas intercalam sauna e banho gelado, sauna e banho gelado, e tomam uma bebida no bar. E as pessoas conhecem-se, trocam números de telefone. A ideia é ter aqui um espaço onde as pessoas também vêm fazer amigos", adiciona Christian. Conclusão: durante a semana, os finais de tarde são o período mais concorrido, enquanto os fins-de-semana têm esgotado sempre.

Hot Cold Club
Rita Chantre

De volta ao restaurante, são três as refeições que têm lugar à mesa – o pequeno-almoço, o brunch e o almoço, sempre com os cogumelos como ingrediente principal. Céline Bangay-Wilding é a chef de serviço. Especializou-se na cozinha de base vegetal e trouxe os alimentos adaptogénicos para a carta do Hot Cold Club. Aqui, o abacate não entra, ao contrário de uma vasta variedade de cogumelos, como o shiitake, o chaga ou o juba de leão, presente na receita de brownies que a chef colocou na ementa. O alecrim e o pó de maca também fazem parte da lista de alimentos incríveis.

As opções incluem pratos como uma tosta de cogumelo e feijão, um laksa de frango, uma sanduíche feita com focaccia da Marquise (feita umas ruas abaixo), ou umas papas onde até a granola é feita com congumelos. E estes ingredientes mágicos também não vêm de longe – são da NÃM, projecto português que produz a partir de resíduos de café, entre Lisboa e Cascais. Também as bebidas estão alinhadas com os pratos – pepino, água de coco, leite de cogumelos ou de pistáchio são alguns dos ingredientes usados.

Hot Cold Club
Rita Chantre

Com um terraço e esplanada reservada aos clientes do café, além do pátio das traseiras, a cafetaria é outro dos pilates do Hot Cold Club. O projecto fica completo com a loja, elo de ligação entre o restaurante e a zona de relaxamento. Sob a sigla HCC, o espaço tem já a sua linha de produtos oficiais, com t-shirts ilustradas, chapéus mirabolantes e fatos de banhos onde os cogumelos regressam, mas agora como inspiração estética. Por outro lado, o objectivo é reunir o trabalho de artesãos locais. As cerâmicas da Frizbee ou da Mazagran, a joalharia de Roger That e os prints dos Malibu Ninjas vão ganhando espaço das prateleiras, entre brunches e banhos.

Um espaço três em um em torno do qual Christian quer construir uma comunidade. Ao oferecer compras, comida e relaxamento no centro da cidade, o clube tem atraído muitos estrangeiros fixados em Lisboa, mas também portugueses que começam agora a descobrir o projecto. No futuro, quer levá-los a todos para fora da cidade, em excursões de surf, caminhadas e retiros na natureza.

Rua da Palmeira, 33 A (Príncipe Real). Seg-Dom 08.30-17.30

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