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Com o Simplex, centenas de lojas e garagens passam a ser casas

Novas regras de licenciamento urbanístico permitem transformar todas as tipologias de fracções em espaços de habitação, desde que se comunique previamente às autarquias.

Rute Barbedo
Escrito por
Rute Barbedo
Jornalista
Alfama
Mariana Valle LimaAlfama
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Não é preciso a aprovação do condomínio e nem sempre há necessidade de vistoria por parte da autarquia competente. Ao mesmo tempo, quem pede a alteração do uso de um espaço como uma loja ou garagem para fins habitacionais assina um termo de responsabilidade quanto às condições de habitabilidade. Uma vez comunicada a intenção de transformar o uso do espaço, a câmara municipal tem 20 dias para responder ou, caso considere necessário, avançar para a fiscalização. Assim é desde 4 de Março, data em que a alteração às regras de licenciamento urbanístico conhecida como Simplex entrou em vigor, com o objectivo de responder à crise da habitação no país.

Desde então, a Câmara Municipal de Lisboa (CML) recebeu 273 pedidos de alteração do uso de espaços para fins habitacionais, noticiou a agência Lusa. Somando "processos pendentes, submetidos anteriormente", a autarquia acrescenta que foram despachados 406 processos neste âmbito, desde 4 de Março. Em nenhum dos casos, detalha ainda a CML, houve "necessidade de vistoria desde a alteração da legislação". Nem todos os pedidos poderão ser no sentido de transformar os espaços para fins de habitação (a CML não detalhou o tipo de comunicações que deram entrada nos seus serviços).

Já Oeiras, também questionada pela Lusa, recebeu 49 pedidos, Sintra 20, Cascais oito e Loures três. A seguir a Lisboa, e entre os municípios contactados pela Lusa, o Porto foi o que recebeu mais comunicações prévias: no total, foram 51, "cerca de 40" com o intuito de transformar espaços em habitação.

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