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Com skaters em palco, a Culturgest vai do centenário de Carlos Paredes ao fim das vidas

Em 2025, a Culturgest apresenta um leque de peças, concertos e exposições. Destaque para criações de Tiago Rodrigues, Gaya de Medeiros e Vera Mantero.

Beatriz Magalhães
Escrito por
Beatriz Magalhães
Jornalista
Skatepark
© Bea BorgersSkatepark
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No próximo ano, a Culturgest apresenta um conjunto de criações que exploram desde os limites do corpo humano e o luto até à resistência, ao fascismo e à liberdade. A partir de Fevereiro, entre obras nacionais e internacionais, destacam-se peças de teatro de Tiago Rodrigues e Raquel André e Tonan Quito, dança de Gaya de Medeiros e Vera Mantero, exposições, um ciclo de conferências que celebra os 100 anos da física quântica e concertos, incluindo dos guitarristas Norberto Lobo e Ben Chasny (Six Organs of Admittance), a celebrarem outro centenário: o de Carlos Paredes. 

A temporada arranca com a estreia de No Yogurt for the Dead, de Tiago Rodrigues, a 19 de Fevereiro. A peça imagina o que o pai do encenador terá querido escrever nos últimos dias da sua vida, enquanto estava no hospital e era acompanhado por uma voluntária que o visitava e falava com ele. Fica em cena até 23 de Fevereiro. Raquel André e Tonan Quito juntam-se em Começar Tudo Outra Vez, de 25 a 28 de Junho. Contam-se histórias de vida e de morte, de políticas de natalidade e de migração. 

Na dança, destaca-se a coreógrafa dinamarquesa Mette Ingvartsen, que desce a Lisboa nos dias 7 e 8 de Março, depois de se estrear no Teatro Municipal do Porto. Dá a conhecer Skatepark, obra em que junta skaters e intérpretes, procurando trazer visibilidade a esta comunidade. Entre 10 e 12 de Abril, Gaya de Medeiros apresenta Cafezinho, que explora o tempo e a finitude, a partir de Café Muller, de Pina Bausch, e de outras referências relacionadas com a ideia de fim. Em Maio, de 15 a 17, o corpo cruza-se com o objecto e a poesia em C.C. (Crematística e Contraforça). É de Vera Mantero, Henrique Furtado Vieira, Joana Manaças, João Bento, Paulo Quedas e Teresa Silva. E a 3 e 4 de Junho, a belga Anne Teresa De Keersmaeker apresenta Exit Above after the tempest/depois da tempestade, em que se debruça sobre o andar.

Música em português e não só 

Dentro da programação musical, destacam-se alguns nomes nacionais. A 13 de Fevereiro, Six Organs of Admittance (aka Ben Chasny) junta-se ao português Norberto Lobo para homenagear a obra de Carlos Paredes, cruzando-a com o experimentalismo contemporâneo. Já a 26, os Mão Morta celebram 40 anos de carreira com o seu mais recente trabalho Viva la Muerte!. No dia 16 de Abril, Memória de Peixe regressa aos palcos com III, o seu terceiro álbum que sai no início de 2025.

Memória de Peixe
© Anna BobyrievaMemória de Peixe

Mas não só. Em Junho, dia 6, a Culturgest acolhe o festival World New Music Days, com um concerto do Coro Juvenil da Universidade de Lisboa. De fora, chegam a actriz e cantora inglesa Keeley Forsyth (28 de Março), os norte-americanos Meredith Monk (5 de Fevereiro), Bill Frisell (13 de Março) e Mark Eitzel (2 de Abril), acompanhado por um octeto de cordas, e o alemão Moritz von Oswald (28 de Maio).

Da arte à conversa 

No que toca às artes visuais, é inaugurada, a 14 de Março, "Dedicado ao Desconhecido". Com curadoria de Andrew Price, contempla um conjunto de obras de Susan Hiller, sendo a primeira exposição individual da artista desde a sua morte, em 2019. Fica patente até 22 de Junho. Nas mesmas datas, há também para ver o arquivo de publicações e materiais do espólio do belga Marcel Broodthaers. Já entre 10 de Maio e 28 de Setembro, a exposição de Fernando Marques Penteado é composta por várias peças, especialmente ligadas ao têxtil e ao bordado. 

A nova temporada da Culturgest traz ainda vários ciclos de conferências. "Mundo Quântico: estranhamente familiar – 100 anos de Física Quântica" desenrola-se por três datas: 13 de Março, 2 de Abril e 21 de Maio. São protagonizadas pela física e filósofa Patricia Kauark Leite, o investigador e professor do Instituto Superior Técnico Yasser Omar e o filósofo e padre jesuíta Bruno Nobre. Antes, a 25 de Fevereiro, no âmbito das celebrações dos 50 anos da Revolução, dois membros dos Mão Morta juntamente com os investigadores Sílvia Correia e Luís Trindade participam numa conversa em torno do conceito de fascismo e a sua relação com a actualidade.

Destaque também para a mesa-redonda "Arte Como Forma de Resistência", a acontecer no dia 2 de Junho. Dino D’Santiago, Ananya Jahanara Kabir, investigadora e professora no King’s College londrino, e o escritor Patrick de Chamoiseau discutem a crioulização como lugar de observação do mundo.

Na área da participação, são apresentados projectos artísticos que privilegiam a interacção e colaboração social. Entre eles, encontramos "Três Tempos…", que resulta de encontros semanais entre Capicua e o músico Luís Montenegro e em que a artista partilha os seus processos de escrita e composição com um grupo de jovens, entre os 15 e os 18 anos, com e sem experiência na música. 

Os grandes ecrãs da fundação também não vão ficar apagados. Entre 13 e 22 de Fevereiro, a Culturgest volta a receber a AMPLA – Mostra de Cinema e, entre 1 e 11 de Maio, a segunda edição do IndieLisboa.

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