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Começa a dançar-se mais cedo no Lux, nesta quinta-feira, e só pára em Fevereiro

Tal como aconteceu durante o Verão, há concertos e DJ sets pouco habituais em Santa Apolónia, nas quintas-feiras deste Inverno. Logo a partir das seis da tarde.

Luís Filipe Rodrigues
Editor
Inóspita
Diana MatiasInóspita
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Nos últimos anos, durante o Verão, os finais de tarde de muitas quinta-feiras, no Lux Frágil, têm sido especiais. As portas abrem logo às seis da tarde, a música começa a fluir mais cedo, o terraço enche-se de corpos carentes de comunhão e festa. Este ano, pela primeira vez, isto repete-se nos primeiros meses do ano. Mais ou menos, vá. Não há festa no terraço – provavelmente, nem condições meteorológicas para abri-lo haverá – mas, na maior parte das quintas-feiras, volta a dançar-se logo pelas 18.00. E a haver concertos. O primeiro é já nesta quinta-feira, 9.

Rafael Toral inaugura este programa pelas 21.00 de 9 de Janeiro. Aliás, as honras de abertura cabem aos DJs da Flur, que começam a passar músicas pelas 18.00, no bar. Toral toca a seguir, no piso térreo. O músico continua a apresentar Spectral Evolution, um dos mais aclamados discos do ano passado, em Portugal e em todo o mundo, onde os seus interesses – a música contemporânea e ambiental, mas também as electrónicas e o free jazz – confluem. Depois do concerto e até às duas da manhã, passa música o baterista Afonso Simões, membro dos Gala Drop e um dos cabecilhas da associação Filho Único. E o melhor ficou para o fim: a entrada é livre.

Para o fim, salvo seja, porque isto é só o princípio. Na quinta-feira, 23, após do DJ set de Mário Valente, que durante anos programou o Lounge, sobe ao palco Inóspita, guitarrista lisboeta com uma abordagem muito própria – instintiva, porém sempre melodiosa – ao instrumento. E Nós, Inóspita? (2024) é o mais recente e belo registo a solo da lisboeta. E Les Lads, vulgo os radialistas Tiago Castro e Ricardo Mariano, encerram o bar. Uma semana depois, a 30, apresentam-se ao vivo Filipe BaptistaFarwarmth, entre os sets de Ricardo Grüssl, a abrir, e Mariana Raposo, a fechar.

Em Fevereiro há mais dois espectáculos. Na quinta-feira, 13, véspera do dia de São Valentim, o Daniel Johnston do trap português, João Não, apresenta o novo EP em nome próprio, Cúmplice do Cupido. No bar, actua primeiro Umafricana e depois EARL. Por fim, no dia 27, Afonso Cabral toca as canções do seu mais recente álbum a solo, Demorar, pela primeira vez em Lisboa. João Vaz Silva e Filipa Marta, em representação da agência louva-a-deus, que também o editou, fazem o aquecimento, entre as 18.00 e as 21.00. Findo o concerto, a selecção musical é de Pedro Ramos, fundador da rádio Futura e um velho conhecido da casa nocturna de Santa Apolónia.

O Lux Frágil não é um caso isolado

Recentemente, o Financial Times partiu do encerramento de mais uma referência da noite europeia, a discoteca berlinense Watergate, para abordar um fenómeno que, à primeira vista, pode parecer paradoxal: a música electrónica nunca rendeu tanto dinheiro, em termos globais, e há cada vez mais festas; no entanto o número de espaços abertos depois das três da manhã, nas grandes cidades, tem vindo a diminuir ao longo da década. São sugeridas possíveis explicações para este estado das coisas, se bem que todas parecem insuficientes – pelo menos isoladamente.

Não obstante, é indiscutível que a noite já não é (só) o que era. Praticamente desde o final dos confinamentos e restrições que definiram os primeiros anos da década que várias vozes alertam para a reestruturação do tecido nocturno das cidades e para a insuficiência dos modelos de capitalização anteriores. Neste contexto, vários clubes internacionais parecem abertos a testar novas fórmulas. Não é só cá. Não é só o Lux.

E, no caso da instituição de Santa Apolónia, a mudança não é para sempre. Nem sempre. A discoteca vai continuar aberta até tarde no resto das noites de Janeiro e Fevereiro. E em Março os horários voltam a ser os normais, com concertos às 22.30 e festa até o sol nascer. Batida, Bateu Matou, Extrazen, Solar Corona Elektrische Maschine, MAQUINA. e funcionário são alguns dos nomes confirmados até Maio.

Lux Frágil. 9, 23 e 30 Jan, 13 e 27 Fev (Qui). 18.00-02.00

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