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Comer, beber, dançar. A Pampa é o restaurante onde cabem os dias inteiros

Escrito por
Tiago Neto
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Clara e Benoit da Silva, irmãos, já tinham feito de Paris um ponto de partida para o conceito, mas Lisboa esteve sempre no mapa. O espaço na Praça das Flores foi a última peça de encaixe, e assim nasce A Pampa, o restaurante que não veste uma só designação, e onde música, arte e comida partilham a mesa.

À porta, a fileira de janelas vai fazendo parar os mais curiosos. São duas, três, quatro pessoas que ao passar  procuram perceber a nova vida do espaço. A Pampa chegou a Lisboa como uma fórmula que se quis livre: a comida e as bebidas fazem parte, mas há também uma loja de discos, exposições, yoga ou meditação, a convidar para uma estadia mais demorada.

Fotografia: Inês Félix

"A minha ideia era criar várias experiências, juntar música, comida e arte. Tem tudo a ver com a altura do dia: abrimos de manhã e fechamos tarde, portanto queríamos alguma coisa que acompanhasse isso", explica Clara, a franco-portuguesa co-responsável pel'A Pampa, enquanto se prepara para fazer os primeiros pedidos. "Estou nesta indústria há cinco anos, tenho negócios em Paris com o meu irmão, entre restaurantes e bares, e especializamo-nos em criar espaços híbridos".

Completa a remodelação do espaço na Praça das Flores, um dos sítios preferidos de Clara em Lisboa, a equipa arrancou encabeçada por Anita Parilova, que já passou pelo Água Pela Barba, trazendo aos pratos inspirações de diferentes pontos.

Burrata com ervilhas de vagem e chips de rutabaga
Fotografia: Inês Félix

"Acredito que a comida também é uma forma de arte", continua Clara. "A nossa chef, a Anita Parilova, é russa e trouxe algumas ideias e misturas de que gostámos muito. Um menu que todos os meses muda. Trabalhamos com a Hortelão do Oeste, a uma hora de Lisboa, e muitos dos frescos chegam de lá. O objectivo é trabalhar ao máximo com produtos sazonais e experimentar novas combinações quando os ingredientes mudam", explica.

Apostaram nos produtos portugueses mas queriam arranjar novas formas de os apresentar. A carta abre com raízes assadas (5€), onde a beterraba, a cenoura, o agrião e o queijo fresco preenchem o prato. Segue-se a burrata (6€), servida com ervilhas de vagem, raspas de limão e batatas fritas de rutabaga. Do mar há ceviche (8€), que varia consoante o peixe disponível na altura, polvo (9€), servido com maionese de batata doce com curcuma, salsa verde e migalhas de pão ou ravioli de caranguejo (8€).

Polvo com maionese de batata doce com curcuma, salsa verde e migalhas
Fotografia: Inês Félix

Tem ainda o borrego (9€) envolto em couve, com pickles e cenoura ou a sandes de chouriço com maionese de batata doce e pimentos vermelhos (7€). Nas sobremesas (3,50€), os destaques são a mousse de chocolate e frutos vermelhos ou o gelado e frutos frescos que vão sempre variando.

Também os cocktails seguem a premissa sazonal. "Os nossos cocktails especiais, criados por nós, também usam os produtos frescos que nos chegam", ressalva Clara. No vinho, a preferência são os rótulos naturais. "Em França temos imensos e há uns cinco anos, quando vim a Lisboa, não os conseguia encontrar. Então faz sentido tê-los, já que trabalhamos com produtos naturais".

Os cocktails caseiros: Rosa morena e samba de verão
Fotografia: Inês Félix

"Em relação à noite, também quisemos fazer alguma coisa. Quando vou sair, acabo por pedir uma bebida e depois não sei mais o que fazer. A ideia é que à sexta e ao sábado as pessoas possam vir jantar e ficar para depois, quando entra um DJ. Às 23.00 fechamos as cortinas, tiramos as mesas e dançamos", termina.

Praça das Flores, 18 (São Bento). Ter-Sáb 09.00-02.00, Dom 09.00-18.00.

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