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Contentores do Martim Moniz cancelados

Renata Lima Lobo
Escrito por
Renata Lima Lobo
Jornalista
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Na reunião pública da Câmara Municipal de Lisboa desta quinta-feira, Fernando Medina anunciou que o projecto actual para a Praça do Martim Moniz não vai avançar. Segue-se um concurso de ideias.

Após meses de contestação popular, encimada por movimentos populares como o Jardim Martim Moniz, a Câmara Municipal de Lisboa (CML) decidiu entrar em negociações com o actual concessionário para basicamente cancelar o projecto dos contentores no Martim Moniz.

©DR

Antes dos assuntos que estavam na ordem do dia da reunião da CML, Fernando Medina tomou da palavra para “dar nota à cidade de uma decisão importante”: não avançar com o projecto que tinha sido apresentado e iniciar um concurso de ideias para a reconfiguração da praça. “Creio eu que vai de encontro àquilo que era o espírito expresso por muitos nesta Câmara, mas também a sensibilidade de várias vozes na cidade”, afirmou o presidente da câmara. A tomada de posição alicerçou-se na transformação da Baixa de Lisboa num “espaço com uma grande pressão do ponto de vista turístico e de surgirem vozes no debate que o Martim Moniz não deveria forçar essa tendência”, sublinhando que deveria, pelo contrário, ser um espaço de “algum corte e de alguma redução desta tendência”.

“Eu identifico-me com estas posições. acho que têm sentido, acho que têm uma leitura que importa valorizar no debate sobre a cidade e no estado actual de Lisboa”, continuou o autarca que esta quinta-feira defendeu que é necessário, na Lisboa de hoje, “o reforço dos laços e do sentimento de pertença” dos moradores pela cidade.

Medina avançou ainda que a actual empresa concessionária, a Moonbrigade, lhe transmitiu que não estava interessada em desenvolver um projecto em confronto com uma parte da cidade e que foi estabelecida uma plataforma de diálogo que será concretizada ao longo dos próximos tempos. Para já, é provável que o município tenha de indemnizar a Moonbrigade pelas despesas relativas ao projecto, um valor que deverá ser anunciado em Setembro. “Sabemos que estamos num quadro de negociação em volta do conceito do que são os custos incorridos”, explica. E dá o braço a torcer: “Não me custa mudar de ideias, porque quando mudamos para melhor é bom que aconteça”.

O presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, Miguel Coelho, apoia esta decisão, defendendo em comunicado que a Praça do Martim Moniz deverá ser um “espaço público de lazer, dedicado às famílias que aqui vivem e àquelas que pretendemos fixar na colina de Santana, Mouraria e Centro Histórico, que precisam de jardim, parque infantil, áreas de lazer, de atividades físicas e cultural”.

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