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A cerveja artesanal chegou ao Cais do Sodré, através do Crafty Corner. Não resistimos a dizer que é, portanto, um Sodré cada vez mais crafty. A inauguração oficial é esta quinta-feira.
A febre da cerveja artesanal continua a enfermar Lisboa. E nunca uma ida à cama, uma constipação, foi tão proveitosa. O Cais do Sodré foi a mais recente vítima, com a abertura, na última semana de Janeiro, do Crafty Corner. Fica na Rua Bernardino Costa, antes do Corpo Santo e da Rua do Arsenal, e vai fazer companhia ao British Bar e ao Hennessy’s no que à oferta nocturna diz respeito naquele quarteirão. Aliás, O Crafty Corner pertence aos donos do Hennessy’s que, após verem a loja que estava nesta morada fechar, decidiram agarrar a coisa e meter mãos à obra, tudo para nos matar a sede.
E se é certo que nesta cidade não faltam (bons, muito bons) exemplos de lugares construídos com o intuito de divulgar a cerveja artesanal (alguns não só de divulgação mas também de produção própria) não deixa de ser verdade que no Cais do Sodré nem vê-los. Convenhamos, claro, que os séquitos de turistas durante o dia, que os cortejos de adolescentes de garrafa na mão pela noite, precipitam a velocidade do consumo. Mas o Crafty parece ter uma palavra a dizer. “No Cais do Sodré não havia nada assim e este é um lugar de passagem. Ao mesmo tempo sabemos que o Cais está, neste momento, com um grande número de jovens que querem beber copos mais baratos. Também queremos mostrar-lhes que estas cervejas valem a pena, que precisam de as conhecer, ainda que o preço seja mais alto”, explica Patrick Mills, gerente do bar.
Para já, falamos de 12 torneiras apenas com marcas de cerveja artesanal lisboeta: “Não nos fazia sentido, sobretudo à pressão, ter cervejas estrangeiras, quando podemos dar oportunidades a cervejeiras nacionais, que procuram o seu lugar de sucesso no mercado”, explica. Entre elas contam-se a 8ª Colina, a Dois Corvos, a Pato, a Lince, a Musa, por aí fora.
Por outro lado, lá dentro, as enormes janelas contaminam o olhar – seja de fora para dentro ou o inverso – há um candeeiro bem no centro do bar que é a estrela da companhia. Lá em cima, naquilo a que decidiram chamar lounge, existem sofás Chesterfield e vontade de por lá ficar. Mas cuidado. É que as escadas em caracol, sobretudo à descida e com algumas cervejas bebidas, podem dar azar. “O espaço é apelativo e as pessoas querem vir ver, relaxar um bocado. Já aconteceu vir aqui gente que vinha apenas beber um café e acabou a beber uma cerveja ou duas. Também não precisam de beber quatro ou cinco...", diz Patrick. Mas é só uma sugestão.
Rua Bernardino Costa. Seg-Dom. 16.00-02.00.