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Da madeira ao vidro: estas jóias são feitas a partir de desperdício

A AORP e o MAAT desafiaram seis designers de jóias nacionais a criar uma colecção inspirada no conceito de upcycling.

Joana Moreira
Escrito por
Joana Moreira
Jornalista
Colar de Mariana Machado.
DR
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Reaproveitar para voltar a criar. Foi este o repto lançado a uma série de designers de joalharia contemporânea portuguesa que foram convidados pelo MAAT - Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia e pela AORP - Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal a conceber uma colecção que incorporasse materiais reutilizados. 

Leão Creative, Wonther, Clélia Jewellery, Ana Bragança Jewellery, Lia Gonçalves e Mariana Machado Jewellery são as marcas que mostraram na última terça-feira a colecção “Portuguese Jewellery x MAAT: Rethink. React. Reshape”, que já está à venda na loja do museu e da Central Tejo, em Lisboa. Os preços começam nos 86€. 

Todas as peças são exclusivas e de edição limitada. Há brincos, colares, pulseiras, anéis, pendentes e pregadeiras. Quase todos os designers optaram por trabalhar a prata como elemento unificador dos restantes materiais. Em alguns casos, os criadores desenvolveram parcerias com outras marcas ou entidades. O objectivo, dizem, é "sensibilizar para a emergência da acção climática e da moda sustentável". 

No caso de Mariana Machado, foi uma oportunidade para trabalhar com um material que há muito tempo a intrigava. "Sempre quis fazer peças em vidro", diz à Time Out. Foi para a Marinha Grande bater à porta de empresas pequenas "que fazem ainda vidro soprado, que trabalham com as mãos". "Ver aquilo a acontecer é fascinante", conta sobre a experiência de trabalho com a I.Glass. Utilizou essencialmente vidro colorido partido durante o processo de fabrico de outras encomendas na fábrica e acabou por criar uma colecção composta por colar, pulseira, brincos e pendentes que podem ser adicionados a qualquer uma das peças anteriores. 

Já Ana Bragança estabeleceu uma parceria com o Atelier Circonflexe, um gabinete de arquitetura. A designer utilizou as antigas maquetes do gabinete, que iam ser descartadas, como molde para criar peças onde vivem personagens, árvores e histórias de uma gestação. À mini colecção chamou “New Home”. 

Colar de Ana Bragança.
DR

No espaço comercial do museu, em Belém, é ainda possível descobrir as peças da Clélia Jewellery, que se juntou à Vicara para elaborar peças com madeira de alfarrobeira, de Lia Gonçalves, que trabalhou com prata reciclada e celulose bacteriana, e da Leão Creative que, em parceria com a fábrica Viúva Lamego, criou jóias com azulejos partidos. Há ainda criações que resultam da união das marcas Wonther e Ownever, que conceberam a pulseira Interlinked, feita com excedentes de pele da produção das malas desta segunda.

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