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Dany Laferrière em Portugal à boleia da Festa da Francofonia

O escritor e jornalista haitiano-canadiano, que também é membro da Academia Francesa, tem conversas marcadas para os dias 17, 18 e 20 de Março.

Raquel Dias da Silva
Jornalista, Time Out Lisboa
Dany Laferrière
© Cami RobiDany Laferrière
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A Festa da Francofonia arrancou no passado dia 6 de Março, mas ainda só vai a meio: há eventos previstos em todo o país até Abril. À boleia, numa iniciativa conjunta do Bureau du Québec à Barcelone, da Embaixada do Canadá em Portugal, do Institut Français du Portugal e da editora Antígona, Dany Laferrière apresenta-se em Lisboa. O escritor, jornalista e membro da Academia Francesa vem dar a conhecer aos leitores portugueses os seus romances Como Fazer Amor com um Negro sem se Cansar e O Grito dos Pássaros Loucos, pela primeira vez editados em Portugal. As sessões, que vão ter lugar em livrarias e na Universidade de Lisboa, são de entrada livre.

“Dany Laferrière (Haiti, n. 1953) é um dos autores mais representativos da francofonia. Em 2009, recebeu o prémio Médicis para o seu romance L’énigme du retour. Em 2013, foi eleito membro da prestigiada Académie Française”, lê-se em comunicado da Festa da Francofonia sobre o autor haitiano-canadiano, que publicou a sua primeira obra, Como Fazer Amor com um Negro sem se Cansar, em 1985, tendo assinado também o argumento da adaptação para cinema, que estreou em 1989 e contou com Isaach de Bankolé no papel principal.

Editado pela primeira vez em Portugal pela editora Antígona, Como Fazer Amor com um Negro sem se Cansar leva-nos até um Verão escaldante nos anos 70, em Montreal, onde dois negros sem tostão habitam um quarto exíguo e vivem uma alegre vida boémia de sexo e jazz. Já traduzido em várias línguas, trata-se de uma sátira feroz aos estereótipos e clichés racistas e às relações raciais na América do Norte.

O Grito dos Pássaros Loucos, obra de maturidade do autor, é um drama autobiográfico sobre a violência de um país, o exílio e a liberdade de escrever. Passado em 1976, no Haiti, narra as derradeiras horas de Ossos Velhos – alter ego de Dany Laferrière – em Port-au-Prince, antes de partir para o exílio no Canadá, na sequência do assassínio do seu maior amigo pelas milícias do ditador Duvalier.

Celebrar a diversidade francófona

Ainda antes de Dany Laferrière nos convidar a ouvi-lo, a Festa da Francofonia traz-nos um programa verdadeiramente musical. A 16 de Março, a Casa Independente recebe Pierre Kwenders O cantor, compositor e intérprete congolês-canadiano – que ganhou o prémio Polaris em 2022 pelo álbum “José Louis And The Paradox Of Love” – canta e faz rap em cinco línguas (lingala, francês, inglês, tshiluba e kikongo) e promete celebrar a pluralidade de géneros, actuando em várias esferas, com expressões na música afro-electrónica, pop, house, hip-hop, rap e r&b. O concerto está marcado para as 20.00 e custa entre 6€ (pré-venda online) e 8€ (à entrada no local).

Já no dia 18, é a vez do Centro Cultural de Cabo Verde abrir portas à festa. A partir das 17.30, há “Canções francesas com cores de Cabo-Verde”, com duas cantoras, Lucibela e Carla Correia, e um pianista, Humberto Ramos. A entrada é livre e o concerto será seguido de uma recepção gastronómica, onde o público poderá saborear as especialidades de todos os países da Francofonia.

Mais tarde, no dia 22, a programação estende-se até à Costa da Caparica com uma limpeza de praia entre as 14.00 e as 16.00. Caso se queira juntar, é só aparecer. Se preferir, espere pelo dia seguinte, 23 de Março, e vá antes ao concerto de gala “A Francofonia de amanhã: a música nos une!”, às 18.00, na Igreja da Madre de Deus, do Museu Nacional do Azulejo. Organizado em parceria com a Embaixada da Roménia na República Portuguesa e o Instituto Cultural Romeno em Lisboa, marcará os 30 anos desde a adesão da Roménia à Organização Internacional da Francofonia (OIF) como membro de pleno direito.

A programação completa está disponível para consulta no site da Festa da Francofonia, que também tem eventos programados no Porto, em Guimarães, Viseu, Coimbra, Leiria, Caldas da Rainha, Setúbal, Beja e Algarve.

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