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Dark: o carrossel do tempo está de regresso à Netflix

Renata Lima Lobo
Escrito por
Renata Lima Lobo
Jornalista
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Com a chancela Netflix, é a produção que pôs a Alemanha na rota das séries imperdíveis. A segunda temporada está a chegar e falámos com os actores Louis Hofmann e Jördis Triebel.

1953, 1986, 2019. É este o triângulo temporal por onde circulam os personagens de Dark. Não há princípio, nem fim, num enredo que pede alguma atenção aos espectadores que correm o risco de ficarem perdidos na intrigante e viciante malha de viagens no tempo criada por Baran bo Odar e Jantje Friese.

A história de Dark começou na primeira temporada com o misterioso desaparecimento de crianças de uma pequena vila alemã. E o novelo da história volta a desenrolar-se esta sexta-feira, dia em que estreia a segunda season. Uma trama familiar que continua a explorar a ligação entre quatro famílias ao longo dos tempos, fundamentalmente nos anos de 1953, 1986 e 2019, por onde circulam os viajantes do tempo, com especial destaque para a explosão da central nuclear da terra nos anos 80. Um acidente que parece ter aberto um buraco no tecido espaço-tempo e um tema que normalmente tem de ser tratado com muitas pinças para não criar dissonâncias num argumento recheado de paradoxos. 

Um dos personagens principais, Jonas Kahnwald, interpretado por Louis Hofman, é um jovem que parte em busca do desaparecido Mikkel Nielsen e que pelo caminho descobre uma perturbadora ligação familiar. “Quando lemos o guião, estávamos certos do potencial que tinha. Estava muito bem escrito e era algo novo que ainda não tínhamos visto na Alemanha, um novo conceito de viagens no tempo. Portanto tinha potencial, mas não esperava que explodisse em todo o mundo”, disse à Time Out. Cada personagem é interpretado por vários actores, consoante o ano em que se encontram na história, um desafio de interpretação bastante complexo. A propósito, Jördis Triebel, a actriz que dá corpo a Katharina Nielsen, mãe de Mikkel e directora da escola secundária, diz: “No meu caso, vi algumas cenas com a minha versão mais jovem, porque estava muito curiosa sobre a forma como ela [Nele Trebs] estava a interpretar e o modo como demonstra a sua agressividade. Foi muito bom para mim ter isso.” Também Louis Hofmann e o seu futuro eu se cruzaram no set: “O Andreas Pietschmann foi ao set e viu-me a interpretar o Jonas mais novo. Há um grande desenvolvimento do personagem na primeira temporada e um ainda maior na segunda, quando se torna mais activo e mais reflexivo. Nesse caso tentei ir na direcção do Jonas mais velho”, explica.

São ambos actores reconhecidos e premiados na Alemanha, mas também eles estão totalmente no escuro sobre o argumento. “O Baran bo Odar e o Jantje Friese sabem tudo. É uma loucura, não sei como eles fazem”, avança Jördis Triebel, enquanto Louis Hofmann sublinha: “Temos de fazer uma dupla verificação com eles para nos darem algumas respostas”.

Os fãs têm comparado Dark à série Stranger Things, um frente a frente que Hofmann acha natural, uma vez que são duas séries de mistério que têm lugar nos anos 80 (parcialmente em Dark). E acrescenta: “A relação está nos criadores, que cresceram nos anos 80 e são eles que agora contam as histórias. Mas a comparação para nós é uma vantagem.” Já Triebel não esconde o seu entusiasmo: “Nunca li nada como isto antes. Dark tem uma forma muito específica. Nunca fiz nada do género, talvez em teatro, mas nunca em televisão ou em filmes.” Embora não possam revelar muito sobre a segunda temporada, Hofmann avança que podemos esperar “uma temporada mais emocional”, que para Triebel é “um bocadinho melhor do que a primeira”. Sexta-feira pode tirar tudo a limpo.

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