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Das sapatilhas aos tutus, há uma nova loja a pensar nos bailarinos

Sorana Ploata já foi bailarina. Em Portugal, decidiu arrumar as sapatilhas e abrir uma loja dedicada ao ballet e às danças de salão.

Beatriz Magalhães
Escrito por
Beatriz Magalhães
Jornalista
Balletto
Francisco Romão Pereira / Time OutBalletto
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Quando era pequena, fechava-se na sala de estar e, ao som dos bailados clássicos que punha a tocar no gira-discos, dançava durante horas e horas. Começou a frequentar espectáculos de dança e óperas com os pais. Depois, lá entrou numa escola de ballet. Sorana Ploata nasceu na Roménia, foi bailarina durante mais de dez anos. Em 2000, mudou-se para Portugal, guardou as sapatilhas de pontas e decidiu aventurar-se noutros projectos. Este ano, abriu uma loja dedicada ao ballet – a Balletto.

Por cá, chegou a ter a sua própria escola de dança, a Artist, que funcionou entre 2005 e 2015. Entretanto foi mãe, dedicou-se à produção de eventos, e teve de deixar a dança para trás. Em Janeiro deste ano, abriu a Balletto.

Sorana Ploata Balletto
Francisco Romão Pereira / Time OutSorana Ploata

É uma das duas lojas de artigos de ballet que existem no centro de Lisboa, a outra é a Balletshop na Rua d’O Século. Em tempos, existiu mais uma na zona da Estefânia, a Ballet Etc, mas fechou há meses. Face à falta de oferta, a abertura de uma nova loja surgiu como uma necessidade. “Acho que faz todo o sentido Lisboa ter uma segunda loja, porque estamos a falar de uma capital europeia em que há muito público e muito potencial. Há muitas escolas de dança, muita gente que procura estes artigos e não faz sentido haver só um ponto de venda”, diz-nos a proprietária, durante uma visita à loja.

Na Balletto, pintada de azul, branco e dourado, a história de Sorana não é esquecida. Na montra, está exposto um piano austríaco, com mais de 200 anos, que viajou de casa dos pais, na Roménia. Já o lustre, suspenso sobre o piano, veio de casa dos avós. É um mundo em que a paixão é muita e isso também se sente na convivência com os clientes, confessa. “É um processo que envolve muita emoção. Já tive aqui meninos que saíram a chorar de felicidade porque tinham acabado de comprar as primeiras pontas. É um momento marcante na vida de alguns deles e, por isso, temos de fazê-lo bem.” Aliás, no provador, onde Sorana recebe os clientes por marcação para comprar sapatilhas, encontramos o primeiro par da proprietária, com as quais dançou A Morte do Cisne.

Balletto
Francisco Romão Pereira / Time OutBalletto

Na loja, há várias zonas dedicadas ao ballet. Na parede do lado direito, a secção de roupa, que inclui maiôs, saias, e peças pensadas para a hora do aquecimento, como calças, camisolas e perneiras de malha, bem como botas. E há para todos os tamanhos, tanto de criança como de adulto. Na parede, estão expostos sacos de desporto, em várias cores. As marcas são poucas, mas escolhidas a dedo por Sorana. Entre elas, a norte-americana Capezio, a primeira marca a lançar as sapatilhas de pontas tal como as conhecemos hoje, a Gaynor Minden, a espanhola Intermezzo e a australiana Bloch.

Noutra divisão, separada por paredes de vidro, há pontas de ballet a perder de vista. Mas, apesar da oferta alargada, Sorana trabalha com apenas quatro marcas, “marcas icónicas, com uma tradição de fabrico de mais de 100 anos”. São elas a Bloch, a Capezio, a francesa Merlet e a russa Grishko. “Eu usei estes produtos há 20 anos e, entretanto, o mercado evoluiu de uma forma incrível, a nível de modelos, formatos e características. Hoje em dia, há pontas em termoplástico e em polímero, já não é o mesmo fabrico tradicional de há 100 anos, com pasta de papel, cartão e cola. Portanto, isso também evoluiu muito e confesso que tive de fazer um curso para me sentir mais à vontade”, explica-nos Sorana. Para os mais pequenos, que ainda não estão na idade de fazer pontas, há sapatilhas da marca brasileira Só Dança. Já no campo dos sapatos para danças de salão, jazz e sapateado, as etiquetas lêem Capezio, Bloch, Só Dança e Rummos, marca de calçado produzido em Portugal.

Balletto
Francisco Romão Pereira / Time OutBalletto

Pela primeira vez, este sábado (28), a Balletto acolhe um open day virado para a comunidade do ballet, em parceria com o Espaço Dança Palmira Camargo, que abriu em Setembro de 2023, umas portas ao lado. No futuro, Sorana pretende continuar a organizar open days e workshops, porque, acima de tudo, a vontade é criar aqui uma comunidade entre bailarinos, professores de ballet, mães, pais e amigos. “Faz todo o sentido, porque temos o nosso espaço ao lado da escola, que tem quatro estúdios, e temos tudo à mão para fazer aqui coisas interessantes. Há de facto uma necessidade das pessoas aprenderem mais sobre vários aspectos que envolvem a dança”, remata. 

Rua Vítor Hugo 4A (Areeiro). 96 232 1231. Seg-Sáb 10.00-19.00

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