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De Janeiro a Abril, TBA recebe bruxas, dança do varão e uma divindade da água

A nova programação inclui performances de nomes nacionais, como Teresa Coutinho e Raquel Lima, e internacionais, como Davi Pontes e Wallace Ferreira.

Beatriz Magalhães
Escrito por
Beatriz Magalhães
Jornalista
Lucy and Friends
Jonny RuffLucy and Friends
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A partir de Janeiro do próximo ano, o TBA apresenta uma nova leva de criações. Além dos concertos e das conversas, nas artes performativas destacam-se peças de Davi Pontes e Wallace Ferreira, Teresa Coutinho e Lucy McCormick. 

"Dos artistas espera-se perversamente que se adaptem (ensinando-nos assim essa duvidosa capacidade), mas é quando dizem não ao não que abalam sistemas e certezas", é o que realça o director artístico, Francisco Frazão, acerca da temporada do primeiro trimestre de 2025, em comunicado. Entre Janeiro e Março, o plano é dar a conhecer o trabalho de artistas que, em algum momento, receberam um não, ou vários. 

Esta nova fase da temporada arranca a 9 de Janeiro com uma performance de Inês Campos, que se estreou em Maio no Porto. Fio ^ cruza dança, música, teatro e poesia para se debruçar sobre as nossas vulnerabilidades, a passagem do tempo e aquilo que nos rodeia. Para ver até 11 de Janeiro. Segue-se Crice Crice Baby, em cena entre 29 de Janeiro e 1 de Fevereiro, apresentado por Cecília Henriques e Raimundo Cosme. É um concerto-performance que "não é uma ode à resiliência" nem "uma romantização da resistência", mas é sobre continuar. 

Na sua primeira vez em Lisboa, os brasileiros Davi Pontes e Wallace Ferreira apresentam, ao longo de dois dias, um filme e duas performances. Nos dias 7 e 8 de Fevereiro, Delirar o Racial é, além de um filme, uma instalação que propõe imaginar a diferença, ao descurar os conceitos tradicionais de espaço e tempo. Nos dois dias, também sobem ao palco para mostrar as duas últimas peças da trilogia Repertório. A 7, em Repertório N.º 2a dupla desenvolve uma coreografia com técnicas não convencionais de práticas auto-defensivas e, a 8, em Repertório N.º 3, tentam compreender a capacidade do corpo de se defender numa sequência que inclui gestos de sedução do universo queer. Também no dia 8, os dois artistas participam numa conversa.

A 14 e 15 de Fevereiro, é a vez de Lucy McCormick. Lucy and Friends é um espectáculo de cabaret queer, que conta com dança de varão, imitação de gatos e uma vidente. O Fim Foi Visto, de Teresa Coutinho, está em cena entre 25 de Fevereiro e 1 de Março. A partir de Cassandra, de Christa Wolf, e de uma investigação sobre a caça às bruxas, a dramaturga imagina um futuro distópico, em que as mulheres acusadas de bruxaria têm os seus direitos restringidos. 

De Espanha, chega Inés Sybille Vooduness com Simbi em águas astronómicas, entre 14 e 16 de Março. Sozinha em palco, a bailarina e coreógrafa dança de forma a alcançar um estado que lhe possibilite falar com Simbi, a divindade guardiã das águas. Em Abril, Raquel Lima, artista transdisciplinar, pensa sobre como podemos fugir de uma eventual extinção, sabendo como regressar a casa. Ululu está em cena nos dias 3, 4 e 5.

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