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Demolidor renasce em série com inspiração documental e “sensação mais verité”

Alguns anos após o cancelamento de ‘Demolidor’ na Netflix, o Disney+ apresenta ‘Demolidor: Nascer de Novo’. Antes da estreia, a 5 de Março, falámos com os realizadores.

Renata Lima Lobo
Escrito por
Renata Lima Lobo
Jornalista
DAREDEVIL: BORN AGAIN
©Cortesia Marvel/ Giovanni Rufino | Demolidor/Matt Murdock (Charlie Cox)
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Advogado de defesa durante o dia, vigilante durante a noite. O Demolidor volta à acção, agora no streaming do Disney+, a casa da Marvel. Demolidor (2015-2018) teve direito a três temporadas na Netflix e agora continua com Demolidor: Nascer de Novo, a partir de 5 de Março. Falámos com os realizadores Justin Benson e Aaron Scott Moorhead.

Famosas por puxarem à lágrima, as cebolas são usadas como metáfora para nos ajudarem a descrever pessoas ou situações complexas, pelas suas muitas camadas. A saga Demolidor não é um drama sentimental, mas os seus principais personagens convidam-nos a desvelar propósitos, medos ou anseios ao longo de vários episódios. São nove os deste regresso de Demolidor a uma série, sete anos após o fim da primeira aventura, numa nova produção que marca o regresso dos principais personagens: Charlie Cox volta a vestir o fato do Demolidor, novamente acompanhado pelos amigos Foggy (Elden Henson) e Karen (Deborah Ann Woll); Vincent D’Onofrio, o do vilão Wilson Fisk; e Jon Bernthal, o de Justiceiro/Frank Castel.

DAREDEVIL: BORN AGAIN
©Cortesia Marvel/Giovanni RufinoDeborah Ann Woll, Charlie Cox e Elden Henson

A tradução do nome não lhe faz justiça. Em português, um daredevil traduz-se em alguém corajoso, mas por vezes imprudente: dare signfica um acto de risco, um desafio perigoso, e devil, pronto, é mesmo o diabo. O que pode também ser uma pessoa indisciplinada ou fora de comum. Mas é um nome que não foi escolhido ao acaso: a religião, ou o conflito interior entre o bem e o mal, é uma parte importante da história de Matt Murdock, um vigilante cego que ficou sem pai ainda em criança, assassinado por um grupo de malfeitores do bairro de Hell’s Kitchen (Nova Iorque), que se sentiram traídos pelo pugilista profissional, por não ter acatado uma ordem para ir ao tapete antes do tempo. Treinado por um misterioso homem japonês, também cego, mas desde nascença (Murdock perdeu a visão num acidente pouco tempo antes de ficar sem o pai), tornou-se num advogado de defesa empenhado em defender os mais fracos, juntamente com o seu melhor amigo Foggy Nelson.

Desde o fim de Demolidor, Charlie Cox voltou a ser Matt Murdock no filme Homem-Aranha: Sem Volta a Casa (2021), passando também por episódios das séries She-Hulk: A Advogada (2022), Echo (2023) e O Teu Amigo da Vizinhança Homem-Aranha (2025). Mas sem protagonismo, como aconteceu em Os Defensores (2017), minissérie que preencheu um intervalo entre a segunda e a terceira temporadas de Demolidor. Neste regresso, Matt Murdock e Wilson Fisk voltam a enfrentar-se como nos bons velhos tempos, numa história em que as suas motivações colidem novamente. Enquanto Murdock continua a apregoar justiça através do seu escritório de advocacia (e não só), o antigo chefe da máfia tem a sua própria agenda, com objectivos políticos na cidade de Nova Iorque.

DAREDEVIL: BORN AGAIN
©Cortesia Marvel/ Giovanni RufinoWilson Fisk (Vincent D'Onofrio)

No leme da realização está uma dupla de cineastas habituados a um tipo de cinema mais independente, mas que já passou pelas lentes de produções Marvel: dois episódios de Moon Knight: Cavaleiro da Lua (2022) e quase toda a segunda temporada de Loki (2023). Mas agora é diferente, explica Justin Benson à Time Out, numa entrevista por videochamada com os dois cineastas e parceiros de longa data. “Com Moon Knight e Loki, parecia que estávamos a evoluir o nosso estilo de filme independente, com o qual nos sentimos muito confortáveis, para algo mais elevado, mais polido, com mais amplitude [...]. Estávamos a lidar com estes mitos enormes e depois chegamos a Demolidor, que se passa numa Nova Iorque muito real, de hoje em dia”, compara. Ou seja, para Benson, esta foi uma oportunidade – ou “quase uma obrigação” – de regressar às origens, a um “estilo de filme independente muito mais básico, muito humano, com nuances, que tem uma sensação mais verité”. Como nota de rodapé, o primeiro trabalho conjunto de Justin Benson e Aaron Scott Moorhead data de 2012: o filme de terror Resolution, género que voltaram a abraçar em produções seguintes, algumas situadas no mesmo universo desta estreia.

Voltando a Hell’s Kitchen, Benson destaca o que de mais especial tem este herói, quando comparado com outros companheiros de luta contra o mal, em conjunto com os outros personagens: “são os mais humanos e complexos de todos”. Mas o que mais os entusiasmou foi o facto de serem velhos fãs do material original, o das bandas-desenhadas, e também da série que se estreou na Netflix “de uma forma tão magistral, não só na narrativa, mas também estilisticamente”.

Por falar em estilo, a rodagem de Demolidor: Nascer de Novo saiu às ruas de Nova Iorque e, para os realizadores, era importante mostrar “a verdadeira Nova Iorque”, explica Aaron Scott Moorhead. E contaram com uma ajuda fundamental: Sean Dunne e Cass Greener, da produtora Very Ape. “Eles são documentaristas e colaborámos para desenvolver uma abordagem que nos permitisse captar a essência das ruas de Nova Iorque, como se estivéssemos simplesmente a observar a cidade e a sentir como os acontecimentos da série a afectam. Inspirámo-nos no estilo documental característico deles para dar a sensação de que os acontecimentos são reais e estão a impactar toda a gente e não apenas as duas personagens principais”, revela Aaron Scott Moorhead, sublinhando que tanto Nova Iorque como os nova-iorquinos “são personagens gigantes dentro desta história”.

Disney+. Estreia a 5 de Março

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