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Depois da pasta artesanal, a focaccia – um conceito diferente, mas nem por isso distante. Michel Fant e Valentina Franchi, que em 2019 abriram em Alcântara o Ruvida, o restaurante italiano que não demorou a destacar-se entre os melhores da cidade, têm agora também o Pausa & Crescente, uma salumeria e focacceria, que como o nome indica aposta na charcutaria e nas focaccias. Mas há mais: um aperitivo italiano de terça a quinta-feira e pizzas para aguentar os dias frios.
Não há nada que Michel e Valentina façam que não seja pensado ao detalhe, com a máxima exigência e um cuidado na escolha da matéria-prima. Foi assim que deram nas vistas com o seu pequeno restaurante na Praça da Armada, ao qual o nosso crítico Alfredo Lacerda deu cinco estrelas. E não é diferente agora. De um lado fica a fábrica e um pequeno balcão de vendas para fora, do outro a charcutaria, com meia dúzia de mesas e uma esplanada (para quando não chove) a convidar a ficar. A focaccia é o centro de tudo, recheada de variadas formas.
“Não é uma focaccia qualquer”, garante Guglielmo Tagliaferri, o italiano gerente deste novo espaço. “Basicamente, o Michel queria ter um produto que não fosse a clássica focaccia. A nossa é mais fofinha, mais alta”, explica, contando que foram precisos vários testes até que se encontrasse o ponto perfeito. “O Michel quando quer alguma coisa tem de ser exactamente como imagina. E é assim que se chega à perfeição”, acrescenta ainda Guglielmo, revelando que a receita foi desenvolvida por Donato-Domenico Liso, “um padeiro pugliese com 16 anos de experiência”.
No menu, há várias combinações. Simples como mozzarella de bufala D.O.P. (6€/meia dose ou 11,50€/uma dose) e queijo stracchino e legumes em conserva (6€/meia dose ou 11,50€/uma dose), a outras mais complexas, como barriga de porco enrolada e assada com mel, vinagre balsâmico tradicional, mozzarella de bufala D.O.P. e canónigos (7€/meia dose ou 12,50€/uma dose) ou queijo stracciatella, presunto de Parma 24 meses e rúcula (8€/meia dose ou 13,50€/uma dose).
Todas elas, ou praticamente todas, estão disponíveis no aperitivo italiano, que, para quem não está familiarizado com o conceito, pode resumir-se de forma simples como um buffet de final de tarde. A ideia é que se beba um copo e por mais cinco euros se coma o que se quiser. A lista de bebidas é curta e não tem muito que saber: há cerveja italiana e vinhos biológicos, também vindos de Itália. Quanto à oferta para comer, fica disponível numa mesa, pequenos quadrados de focaccias, além de outros acompanhamentos, como uns pimentos recheados ou uns queijos e enchidos. Todos os dias pode ser diferente, todos os dias pode haver novidades fora da carta.
“O conceito é simples: chega-se com amigos, namorados, família, ou até sozinho, e come-se à vontade. Não há rédeas para o que está na mesa”, resume Guglielmo, em tom de brincadeira. “A nossa qualidade é que os ingredientes têm a possibilidade de se combinar em várias soluções”, defende.
Mas atenção que o aperitivo, qual happy-hour, só está disponível entre terça a quinta-feira, sempre a partir das 18.00. “Quem quiser, até pode vir jantar”, atira Guglielmo.
Sendo uma charcutaria, as tábuas de enchidos e queijos, todos eles escolhidos a dedo de produções biológicas italianas, não são de se dispensar. Há para uma pessoa (14€), duas (26€) ou quatro (50€). E podem, obviamente, ser acompanhadas por um cesto de focaccia simples (2,5€) ou um mix (3,5€).
Há também uma selecção de pratos frios, como o rosbife de vitela branca com lascas de parmesão (17€) ou uma mozzarella biológica de bufala, com tomate cherry chucha confitado e manjericão (12€). As pizzas são, porém, a grande novidade. “Está a chegar o Inverno e nós aqui no restaurante só temos pratos frios. A focaccia pode ser aquecida, mas tipicamente é comida fria. Então o Michel quis dar uma possibilidade quente ao cliente”, afirma Guglielmo. A receita é, novamente, de Donato. E Guglielmo explica o que a distingue: “Não é uma pizza tipo napolitana ou romana. É uma pizza bem alta, fofinha, mais pequena. E, tipicamente, a diferença é que os ingredientes não vão ao forno. São postos depois, quando a massa está pronta. Cortam-se as fatias e põem-se os ingredientes em cada fatia”. “É impossível que não gostem”, defende.
Quanto à pasta caseira que dá fama ao Ruvida, não está descartada a possibilidade de poder aparecer por aqui também, mas cada coisa a seu tempo. O tiramisù (7€) é que também viajou para aqui.
Rua de Cascais, 15 (Alcântara). Ter-Qua 12.00-15.30/ 18.00-22.00, Qui-Sex 12.00-15.30/ 18.00-00.00, Sáb 12.00-00-00, Dom 12.00-22.00
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