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Se no ano passado, Nelson Freitas, então no estrelado Fifty Seconds, deu que falar quando se tornou no primeiro português a vencer o concurso mundial San Pellegrino Young Chef Academy, nesta nova edição não haverá representante nacional na final, depois de Francisco Avalada, junior sous chef do A Ver Tavira, ter sido afastado da prova ibérica que o podia eleger. O espanhol José María Borrás, à frente do Agroturismo Santa Mariana, em Menorca, foi o grande vencedor da final regional que aconteceu esta terça-feira na Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa. O título de melhor jovem chef do mundo é disputado em 2025 em Milão.
Em dez concorrentes, apenas um era português numa final que tinha por missão apontar o chef que vai representar a Península Ibérica no concurso mundial San Pellegrino Young Chef Academy. Nem a vitória inédita de Nelson Freitas, nem a visibilidade conquistada ou o percurso feito pelo português, hoje no peruano Central (restaurante de Virgilio Martinez e Pía León que em 2023 foi nomeado o melhor do mundo nos 50 Best Restaurants), pareceram convencer outros jovens chefs a seguirem-lhe as pisadas.
Francisco Avalada, do estrelado A Ver Tavira, foi a única candidatura portuguesa. Ao lado de Luís Brito, chef do restaurante algarvio e seu mentor, Avalada apresentou um “Polvo de Santa Luzia”. Acabaria por ser o prato “Lagosta e Leitão Balear”, numa combinação entre mar e montanha que presta homenagem à cozinha das Ilhas Baleares, a conquistar o júri local constituído pelos chefs José Avillez (Belcanto, Lisboa), Quique Dacosta (Quique Dacosta Restaurante, Alicante), Martina Puigvert Puigdevall (Les Cols, Olot) e Rui Silvestre (Fifty Seconds, Lisboa).
Em palco, depois de um dia de nervos passado na cozinha, para que cada prato fosse apresentado de 15 em 15 minutos, José María Borrás de 24 anos não escondeu a emoção – ele que antes da grande vitória já tinha conquistado o Prémio Conexão Acqua Panna em Gastronomia pela inovação no prato, sem ignorar a tradição.
“Da mesma forma que defendi a minha terra, vou agora defender a gastronomia Ibérica, como um todo, em Milão”, reagiu depois, em comunicado, assumindo a responsabilidade e lembrando todas as vezes a que se submeteu a concursos e ouviu “tantas vezes os nomes de outros como vencedores”. “Achei que não ia acontecer outra vez porque vi passar pratos visualmente mais apelativos à minha frente, mas é verdade que, ao nível do gosto, senti que estava muito forte”, acrescentou ainda.
Em Lisboa, o jovem chef teve como mentor o espanhol Andreu Genestra, chef com uma estrela Michelin no restaurante homónimo em Maiorca. Para a final, à mentoria de Genestra junta-se José Avillez com o objectivo de ajudar o novo candidato ibérico a aperfeiçoar o seu prato de assinatura e a melhorar as suas competências gastronómicas.
A final em Milão ainda não tem data anunciada.
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