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‘Descida da Cruz’ foi comprada por privado – mas vai ser exposta em Portugal na mesma

Estado falhou a compra da pintura de Domingos Sequeira. Ainda assim, a obra será depositada e exposta publicamente num museu português a anunciar.

Mauro Gonçalves
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Mauro Gonçalves
Editor Executivo, Time Out Lisboa
'Descida da Cruz', do pintor português Domingos Sequeira
DR'Descida da Cruz', do pintor português Domingos Sequeira
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A obra do pintor português Domingos Sequeira foi comprada, no último domingo, por uma entidade privada nacional, segundo um comunicado da Museus e Monumentos de Portugal enviado às redacções esta terça-feira de manhã. À venda numa feira de arte e antiguidades em Maastricht, Descida da Cruz será depositada e exposta publicamente num museu português ainda a anunciar, segundo o mesmo organismo.

Coube à Museus de Monumentos de Portugal, uma das estruturas criadas para substituir a Direcção-Geral do Património Cultural, representar o Estado português na tentativa de compra da referida obra. Mas o oferta de 850 mil euros não foi aceite pela galeria Colnaghi, responsável pela mediação da venda da peça, tendo sido uma entidade privada – ainda não se sabe qual – a levar a melhor.

"O valor proposto, o mais elevado de sempre para a aquisição de uma obra de Domingos Sequeira, resultou da ponderação entre a indiscutível relevância patrimonial da pintura, o contexto actual de valorização do mercado da arte em geral e desta obra em particular, e a criteriosa gestão dos recursos públicos, não devendo um organismo de Estado participar em dinâmicas especulativas que caracterizam o mercado de arte internacional", lê-se no comunicado.

O organismo estatal agradece ainda à entidade privada em causa "pela inteira disponibilidade para colocar a obra à fruição pública". Os contornos deste acordo são remetidos para "momento próximo".

Esta é a segunda obra do período final de produção artística do pintor português a ser exposta num museu público. Adquirida em 2016, a Adoração dos Magos encontra-se desde então no Museu Nacional de Arte Antiga, sendo este um presumível destino para o recém-adquirido quadro. São, no total, quatro as pinturas emblemáticas desta fase do autor, que morreu em Roma, em 1837. As outras duas – Juízo Final e Ascensão – continuam nas mãos de coleccionadores privados em Portugal.

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