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Começou nesta quinta-feira mais uma edição da ModaLisboa, novamente marcada por um calendário híbrido, dividido entre os desfiles físicos e iniciativas paralelas exclusivamente virtuais, entre elas o Wonder Room e algumas conversas. O primeiro de quatro dias de apresentações teve como cenário a Estufa Fria. Numa agenda dedicada aos novos talentos do design de autor em Portugal, o destaque foi para o concurso Sangue Novo.
No total, uma dezena de designers apresentaram as suas propostas ao entardecer. Desses, cinco foram seleccionados por um júri para passar à segunda e última fase da competição. Em Março de 2022, na próxima edição da ModaLisboa, apresentarão novas colecções e, do grupo de finalistas, sairá um vencedor.
Um deles foi o portuense Filipe Cerejo. No seu trabalho, usa o drapeado na transformação da silhueta masculina. A justaposição de tecidos clássicos da alfaiataria com cores e acabamentos que piscam o olho ao sportswear fizeram-no destacar-se perante o júri composto pelos designers Miguel Flor e Constança Entrudo, pela stylist Nelly Gonçalves, por Massimiliano Giornetti, director da Polimoda de Florença, e por Federico Poletti, director da revista Manintown.
Mas outros nomes sobressaíram: o de Ivan Hunga Garcia, que trabalhando apenas com o preto explorou o vestuário em função de posições corporais específicas; de Maria Clara, que tingiu a pequena colecção com as cores que predominam nos barcos da baía de Câmara de Lobos num tributo a pescadores e bordadeiras; Maria Curado, que por entre cores, texturas, fios e recortes teceu um elogio à imperfeição, e Veehana, o selo do designer gráfico João Viana posto numa manipulação de materiais que resultou numa sucessão de assimetrias orgânicas.
Os cinco finalistas dispõem agora de uma bolsa de mil euros, cada um, para o desenvolvimento da próxima colecção e verão ainda as actuais propostas expostas no WOW Porto. Mas a tarde não ficou completa sem uma sexta premiada. Inspirada por trajes tradicionais do Suriname, Carolina Costa foi a designer escolhida pelo público (a votação estava aberta através da aplicação da ModaLisboa) para receber um prémio de 1.500 euros, atribuído em parceria com a Moche.
Quem também desfilou na Estufa Fria foram dois dos nomes que integram a plataforma Workstation. A Cravo Studios evocou a revolução de 25 de Abril de 1974, enquanto Saskia Lenaerts também se deixou inspirar por trajes militares.
À 57ª edição, a ModaLisboa ocupa pela primeira vez o Capitólio, junto à Avenida da Liberdade. Até domingo, é lá que desfilam as propostas de criadores nacionais. Esta sexta-feira, são esperadas as apresentações de Carolina Machado e Béhen, ambas integradas na plataforma Lab, Kolovrat e Luís Buchinho, designer que regressa à passarelle lisboeta ao fim de mais de seis anos de ausência.