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Discotecas Tokyo e Jamaica reabrem a 30 de Setembro

Os espaços nocturnos emblemáticas do Cais do Sodré, fechados desde Março de 2020, abrem finalmente portas, num novo sítio e com “condições melhoradas”.

Joana Moreira
Escrito por
Joana Moreira
Jornalista
Cais do Sodré Rua cor-de-rosa
Mariana Valle Lima
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Depois de vários atrasos, as portas do Tokyo e do Jamaica, discotecas históricas da noite lisboeta, vão reabrir. O regresso está marcado para 30 de Setembro, sexta-feira, na Rua da Cintura do Porto, num espaço criado de raiz mesmo junto ao rio Tejo, e com mudanças que vão dos copos reutilizáveis a uma aplicação para a compra de entradas. 

Fernando Pereira, sócio da estrutura dona do Tokyo e do Jamaica, adianta que as condições das discotecas melhoraram, do som à área disponível. No Jamaica, esperam-se “os clássicos de sempre da pop, do rock e do reggae”, com Bruno Dias na cabine e uma novidade: uma “pista de dança de geometria variável”. Já o Tokyo conta com “um novo palco, maior, pouco mais alto, mas mantendo a proximidade com o público”. A programação deste último vai estar a cargo de Fred Martinho (HMB) e Rui Pedro Pity (The Black Mamba). O objectivo é dar “continuidade à aposta em novos projectos e na diversidade de géneros musicais”.  

A reconstrução dos espaços permitiu também adoptar procedimentos com a sustentabilidade em mente. O AVAC foi projectado para renovar 100% do ar interior aproveitando o ar mais fresco da noite, evitando assim que os compressores entrem em funcionamento e garantindo poupanças significativas no consumo energético, garantem em comunicado. Nas instalações sanitárias, os secadores de mão evitam papel, as torneiras eletrónicas reduzem o consumo de água e os urinóis simplesmente não gastam água. Tendo em conta os 300 m2 de área da cobertura aproveitável, os painéis solares e as baterias (em processo de aquisição) vão reduzir significativamente o consumo de energia, adiantam. Tal como tem acontecido nos festivais dos últimos anos, o consumo de bebidas passará a ser feito em copos reutilizáveis, mas com um detalhe: estes não podem sair do espaço. Os estabelecimentos passarão também a utilizar palhinhas em canudo de junco

Para a abertura está previsto também o lançamento de uma aplicação para facilitar a navegação nocturna pela programação do Tokyo, comprar bilhetes e garantir uma entrada sem demoras nos dois espaços ou, mais importante, assegurar um ecossistema sem pagamentos em dinheiro vivo. Chama-se Tokyo and Jamaica e já está disponível na App Store e na Play Store. Com o registo na aplicação será possível gerir as suas noites a partir do telemóvel

As duas discotecas, fechadas desde Março de 2020 devido à pandemia de covid-19, receberam uma ordem de despejo da rua Nova do Carvalho (vulgarmente conhecida como “rua cor-de-rosa”) em 2016. Dois anos depois, soube-se que o futuro dos clubes noturnos passaria pelo quarteirão atrás da estação de comboios do Cais do Sodré, perto do B.Leza e do Titanic Sur Mer, em espaços da Câmara Municipal de Lisboa. A abertura, que chegou a estar prevista para 2021 e depois para Junho deste ano, foi adiada sucessivamente por atrasos nas obras de reabilitação dos armazéns onde ficarão instaladas as discotecas. 

Sobre o Europa, espaço que encerrou nos mesmos moldes e que transitará também para o Cais do Gás, ainda não há previsão de data de reabertura. As obras, adianta Fernando Pereira à Time Out, ainda não começaram. 

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