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Do Cais do Sodré ao Ritz, a Lisboa de Pardal Monteiro mostra-se em Sintra

A memória gráfica do arquitecto de Sintra que mudou Lisboa ocupa o MU.SA a partir de 3 de Novembro. Modernismo e inconformismo são as linhas-mestras da exposição.

Rute Barbedo
Escrito por
Rute Barbedo
Jornalista
Hotel Ritz, Lisboa
DR/Câmara Municipal de SintraHotel Ritz
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Cresceu entre os cortes e o pó dos mármores de Pêro Pinheiro, em Sintra, e esse foi o ponto de partida para uma vida entregue à arquitectura. Porfírio Pardal Monteiro (1897-1957) mudou a paisagem de Lisboa ao seguir e criar as linhas do modernismo português, num tempo de liberdades limitadas, mas também de grande fôlego da arquitectura. Com ele, a cidade ganhou edifícios que rasgaram o quadro vigente, como os hotéis Ritz, Tivoli e Mundial, a estação de comboios do Cais do Sodré, o Laboratório Nacional de Engenharia Civil, a Biblioteca Nacional ou a Reitoria da Universidade de Lisboa (não chegando a concluir os projectos dos dois últimos). E é a ele que a Câmara Municipal de Sintra dedica três meses de exposição no MU.SA – Museu das Artes de Sintra, de 3 de Novembro a 7 de Janeiro. “Porfírio Pardal Monteiro – Vida e Obra” permite, assim, um percurso pelas suas obras, desenhos originais, cartas, objectos e pinturas.

Apesar da colaboração (e amizade) com Duarte Pacheco, engenheiro que Salazar chamou para fazer governo e que teve um papel determinante na obra pública em Portugal, a relação do arquitecto natural de Pêro Pinheiro com o regime nem sempre foi pacífica, à conta da sua veia progressista. Mas o conflito interno não foi imobilizador. No início do século XX, Pardal Monteiro foi dos arquitectos que mais produziram no país, ganhando inclusive alguma notoriedade entre o chamado “grupo dos cinco” (onde entram Carlos Ramos, Cassiano Branco, Cristino da Silva e Jorge Segurado), que marcaram as décadas de 30, 40 e 50 como um momento de viragem da arquitectura no país.

Com curadoria de Ana Tostões e de João Pardal Monteiro, a exposição “leva o visitante numa viagem de descoberta do homem e do arquitecto, 104 anos depois do início da sua carreira”, promete a autarquia.

MU.SA – Museu das Artes de Sintra. 3 Nov-7 Jan, Ter-Sex 10.00-18.00, Sáb-Dom 12.00-18.00

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