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Doclisboa homenageia Augusto M. Seabra e também o 25 de Abril, com ‘Sempre’

Programador e crítico cultural, Augusto M. Seabra é o nome que este ano paira sobre a programação do Doclisboa, que muitas vezes ajudou a desenhar. O festival arranca a 17 de Outubro.

Renata Lima Lobo
Escrito por
Renata Lima Lobo
Jornalista
Luciana Fina
©DR'Sempre', de Luciana Fina
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Responsável pela secção Riscos no Doclisboa desde 2007, Augusto M. Seabra morreu a 5 de Setembro. E é ao programador e crítico cultural que se dedica esta 22.ª edição do Doclisboa, em particular na secção que trabalhou nos últimos anos. Mas haverá (mesmo) muito cinema documental para descobrir na programação deste ano, que ocupa várias salas entre 17 e 27 de Outubro, com epicentro na Culturgest. No total, são 183 filmes, oriundos de 55 países, que serão também exibidos no Cinema São Jorge, no Cinema Ideal e também na Cinemateca Portuguesa, parceira do festival desde 2010.

Além da colaboração nas secções Back To The Future, Heartbeat, Da Terra à Lua e na inédita retrospectiva dedicada ao realizador mexicano Paul Leduc, a Cinemateca faz também parte da história do documentário escolhido para a sessão de abertura, que acontece no Cinema São Jorge. Trata-se de Sempre, de Luciana Fina, composto por imagens do 25 de Abril de 1974, num filme feito de filmes que recorre ao arquivo fílmico nacional e ao repositório de imagens da RTP. Na apresentação que teve lugar esta terça-feira na Culturgest, Rui Machado, director da Cinemateca, recordou o percurso deste documentário: “Este filme fez parte de uma instalação que a Cinemateca produziu para comemorar os 50 anos do 25 de Abril, que se chamava 'Sempre, a palavra o sonho e a poesia na rua’. O filme era uma das componentes dessa instalação, ganhou asas e neste momento está autónomo”, explicou, sublinhando a sua passagem pelo Festival de Cinema de Veneza. Também presente, a realizadora italiana – que trabalha em Lisboa desde 1991 como programadora de cinema – explica que “a montagem é a grande figura deste filme” e que as imagens que integram este documentário “adquirem um novo significado” na sua narrativa, embora guardem “a sua energia original”. E aproveitou para homenagear o cinema documental, uma “linguagem cinematográfica que tem permitido uma inovação e um cinema mais arrojado”.

Compilation, 12 instants d’amour non partagé
©DR'Compilation, 12 instants d’amour non partagé' (2007), de Frank Beauvais

A grande homenagem a Augusto M. Seabra será feita de porta aberta. Na tarde de 20 de Outubro, na Culturgest, o festival dedica-lhe uma sessão, onde será exibido um dos primeiros filmes programados por Seabra para os Riscos: Compilation, 12 instants d’amour non partagé (2007), de Frank Beauvais. Em português, traduz-se para Compilação, 12 momentos de amor não partilhado, um projecto onde o realizador convida um rapaz de 20 ano chamado Arno para ouvirem música juntos durante três meses, que se torna uma forma de diálogo entre ambos. A entrada nesta sessão é gratuita, mediante levantamento de bilhete no próprio dia.

Para a sessão de encerramento, marcada para dia 26 de Outubro na Culturgest, o Doclisboa escolheu O Dia que te Conheci (2023), do realizador brasileiro André Novais Oliveira, uma comédia romântica involuntária sobre um homem e uma mulher que se tentam ajustar ao mundo em que vivem. Assim terminará esta edição do Doclisboa, mas pelo meio há mais de 180 documentários para ver, 30 dos quais portugueses. A programação completa está aqui.

Doclisboa. 17 a 27 de Outubro. Culturgest, Cinema São Jorge, Cinema Ideal e Cinemateca Portuguesa. Bilhetes: 3,20€-5€

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