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Por Ti, Portugal, Eu Juro é o título de uma reportagem da jornalista Sofia da Palma Rodrigues que, ao fim de décadas, deu voz a elementos dos Comandos Africanos da Guiné, uma das três companhias criadas em 1971 pelo então governador António de Spínola, mas a única tropa de elite do Exército português integralmente composta por militares negros. Publicado pela Divergente em quatro partes, entre Setembro de 2021 e Novembro de 2022, o trabalho foi distinguido com diversos prémios de jornalismo. Depois, foi transformado em livro e em documentário. Este estreou-se no Doclisboa e chega esta quinta-feira, 7 de Novembro, aos cinemas.
O livro-reportagem de Sofia de Palma Rodrigues foi lançado a 24 de Outubro pela Tinta da China (104 páginas, 13,90€). Agora, estes homens esquecidos por Portugal e malvistos na Guiné-Bissau serão protagonistas também no grande ecrã, num documentário homónimo. A jornalista assume o papel de realizadora, partilhando-o com outro jornalista da Divergente, Diogo Cardoso, que desempenhou igualmente um papel central na edição da reportagem original. A produção é da própria revista digital de jornalismo narrativo.
Em comunicado, os realizadores fazem um pequeno enquadramento da história que ajudam a contar. “Estes guineenses que lutaram pelo regime colonial, e até 1974 eram cidadãos portugueses, não têm voz na narrativa histórica contada por nenhum dos lados desta guerra: nem de Portugal como país colonizador, nem do PAIGC [Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde] como partido fundador da nação da Guiné-Bissau”, lê-se. Se por um lado, o PAIGC os considera “monstros”, Portugal “refere-os como heróis, mas nunca os reconheceu como tal”. “Entre estas duas narrativas oficiais, estão pessoas que vivenciaram em primeira mão aquele que é um dos maiores crimes cometidos pelas potências coloniais em África: a africanização das guerras”, defendem os realizadores de Por Ti, Portugal, Eu Juro.
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