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Colonialismo, guerras, escravatura, ecocídios, epidemias, feminicídios. O infeliz catálogo de memória de mortes colectivas está presente em monumentos espalhados um pouco por todo o mundo e foi o ponto de partida para A Volta ao Mundo em 80 Catástrofes, um guia de turismo internacional lançado em 2020 pelo colectivo Left Hand Rotation, que tem como principal bandeira o combate à gentrificação nas cidades. Deste guia nasceu um documentário, focado no território português, agora disponibilizado gratuitamente na página oficial de Vimeo do colectivo.
Trata-se de "uma viagem pelos espaços da catástrofe, num movimento contra a dupla paralisia do desespero e da indiferença", explicam os responsáveis pelo Left Hand Rotation. “Transitar entre as histórias contidas nos monumentos em memória das mortes colectivas expande o olhar sobre o acontecimento para além da sua capacidade disruptiva, revelando a catástrofe como a manifestação de um processo em curso, o capitaloceno”, descrevem. Ora o “capitoloceno” é um termo que surgiu como uma crítica em relação ao termo “antropoceno”, relativo ao papel do ser humano nos problemas ambientais, considerando que esse termo é ultrapassado pela evolução das relações políticas e económicas no contexto capitalista global.
Um documentário que convida à reflexão e que tem andado a ser exibido no circuito alternativo de cinema, tendo passado, por exemplo, pelo Periferias, Festival Internacional de Cinema de Marvão ou pelo festival Caminhos do Cinema Português, em Coimbra.
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