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Doom Patrol é a nova série de super-heróis da DC. Para ver a partir de sábado na HBO Portugal.
“Mais uma série de super-heróis. É mesmo disso que o mundo precisa”, diz, em tom jocoso, o narrador e vilão dadaísta Mr. Nobody (Alan Tudyk) nos primeiros minutos de Doom Patrol. E é difícil não concordar com ele. Parece que todas as semanas, ou pelo menos todos os meses, se estreia mais uma série ou um filme de super-heróis, e são raros aqueles que têm algo de novo para dizer. O que não quer dizer que não haja excepções, como parece ser o caso da nova produção da DC.
A série estreou-se em Fevereiro nos Estados Unidos, no serviço de streaming DC Universe, que produziu também Titans, disponível em Portugal na Netflix. Foi aí que estes personagens apareceram pela primeira vez, no entanto as duas séries são muito diferentes. Enquanto a primeira era uma produção de baixo orçamento, medíocre e formulaica, Doom Patrol tem muito bom aspecto, um elenco onde se destacam nomes com experiência em Hollywood, como Timothy Dalton e Brendan Fraser, e uma abordagem pós-moderna às histórias de super-heróis, inspirada nos comics de Grant Morrison.
A escrita é adulta e imaginativa, com referências e piscares de olho a outros géneros e campos artísticos e um narrador omnisciente que interpela directamente o espectador. E em vez de ser uma fantasia de poder tradicional, é uma meditação sobre o trauma e a memória, com uma pitada de terror corporal ou biológico – as habilidades dos protagonistas não são uma bênção, mas uma maldição. Não deixa de ser uma série super-heróis, mas não é só “mais uma”.