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Um copito a mais sempre exerceu um certo poder desinibidor. O Drink&Draw chegou a Lisboa este mês e promete encontros onde só tem de obedecer às premissas básicas que são, nada mais nada menos, que beber e desenhar.
As culpadas desta brincadeira são Tânia Valle e Ana Fontinha, duas amigas que decidiram celebrar o décimo aniversário de amizade com uma viagem a Nova Iorque e, seis anos depois, trazer este conceito que as marcou para Portugal.
“Quando em 2012 fomos para Nova Iorque queríamos experimentar coisas que não fossem de turistas, queríamos experienciar a vida de um local”, conta-nos Tânia. Com uma breve pesquisa no Google sobre “actividades para não turistas”, foram parar à nossa prima Time Out Nova Iorque, que as conduziu pela primeira vez a uma aventura de Drink&Draw. “Fomos parar a um pavilhão com quase 60 pessoas de caderno e lápis na mão e com cerveja. De repente, entra o modelo de robe que fica nu logo a seguir e, naquele primeiro impacto, o álcool ajuda a descontrair situações mais awkward”, diz.
As amigas cozinharam a ideia e fizeram acontecer. O Drink&Draw Lisboa assume as bases nova-iorquinas mas sempre numa vertente mais intimista, reduzindo o número para 20 a 25 participantes, sendo que os encontros decorrem durante duas horas. A primeira meia hora é de briefing e serve para escolher o material artístico, disponibilizado no momento e incluído nos 15€ (que incluem bebida durante o evento).
Que fique já claro que não precisa de ser artista para alinhar nesta brincadeira. “Quem nunca desenhou na vida e se sente intimidado, bebe um bocado e acaba por ficar muito mais à-vontade. O objectivo não é ficar bêbedo, mas sim soltar-se um bocadinho para desenhar e conhecer pessoas que estão no mesmo evento que nós”, explica Tânia. “As pessoas querem ter experiências que as marquem e que se recordem daqui a muito tempo, que foi o que nos aconteceu com o Drink&Draw que fizemos há seis anos”, conta Ana.
Por enquanto, os modelos que entram em acção no Drink&Draw lisboeta têm ordem para a nudez com tempos cronometrados — ora numa posição mais longa, ora noutra mais curta — mas o pode dar ao grafite e armar-se em artista porque aqui ninguém o vai julgar.
As amigas querem que, a partir de Abril, o evento se repita semanalmente, sendo que o próximo é já esta terça, dia 27, na Fábrica Musa. Não vale a pena correr que já está esgotado, por isso o melhor é esperar que Ana e Tânia divulguem no instagram do projecto as próximas datas e respectivos locais.
Por agora, está estabelecido — além da Musa — o The Therapist como um dos sítios onde decorre o evento. “Tentámos sempre pensar em locais que tivessem a ver connosco e que não fossem banais, precisamente para não cairmos no estereótipo de local de turista”, afirma Ana.
Mas e a quantidade de bebida, mede-se aos palmos? A dupla fez testes com várias pessoas para tentar perceber qual era a quantidade de álcool necessária para desinibir minimamente cada participante. “Isto não é matemático, mas no Therapist é mais ou menos meia garrafa por pessoa, que equivale a 2 ou 3 copos, na Musa é o tasting tray, que tem várias cervejas de degustação. Isso é uma coisa que acordamos com cada local, sendo que já temos mais alguns pensados”, refere Tânia.