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Durante um mês, esta loja vai mostrar óculos que são autênticos tesouros

Há anos que Pedro Leote anda em busca de óculos antigos. O projecto Wide Shades tem hoje dezenas de modelos icónicos em stock. Até 6 de Abril, são postos à venda numa pop-up em São Bento.

Mauro Gonçalves
Escrito por
Mauro Gonçalves
Editor Executivo, Time Out Lisboa
Wide Shades
DR
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O espaço foi mantido em bruto, com paredes descascadas, tijolos empilhados, chão em cimento e duas mesas de vidro improvisadas, tal e qual Pedro Leote idealizou. Há cerca de seis anos, começou a comprar e vender óculos – vestígios de modas passadas que o seu sentido estético foi filtrando numa curadoria pessoal e alheia a tendências e revivalismos. Com um showroom no centro de Lisboa, a Wide Shades acaba de inaugurar uma loja pop-up com porta directa para a rua. Nas paredes, há dezenas de óculos para descobrir.

"Começou com a minha avó, que tinha uma colecçãozinha de 20 ou 30 pares que ficaram de família. Tínhamos uma tia-avó na América e que teve um oculista nos anos 60, então foi-lhe oferecendo. Um dia a minha avó disse-me: 'Toma, estou velha e não preciso disto'. Cheguei a Lisboa e os meus amigos começaram a comprar. Depois, foi crescendo", conta Pedro.

A partir de sexta-feira e até 6 de Abril, há mais uma porta aberta na Rua Poiais de São Bento. Não é a primeira pop-up da Wide Shades, mas é a mais longa e também a mais completa. "Não contei, mas devo ter uns 200 pares de óculos em stock. Mas não trouxe tudo. Tens peças para mulher, para homem, pequenos e grandes, coloridos, metais, acetatos, de diferentes décadas. É uma coisa que ando a tentar expandir para não ficar muito preso aos anos 90 e aos anos 2000 – ir cada vez mais para trás, até aos anos 50 e 60", continua.

A procura ocupa numa única direcção – a das duas décadas mais recentes do catálogo –, mas Pedro procura contornar a febre revivalista do Y2K e propor outras raridades. O exemplar mais caro em loja, por exemplo, é um Jean Paul Gaultier de traça futurista. A etiqueta marca 1100€, embora seja possível encontrar aqui óculos a partir dos 100€. Se lhe soa a extravagância, saiba que guardados a sete chaves estão uns Cartier em madeira que chegam aos 3500€.

Um nicho para fashionistas e coleccionadores, mas acima de tudo para a clientela estrangeira que abunda nesta zona da cidade. "É para experimentar. Sempre estivemos mais escondidos, mas isto vem de uma necessidade de expor um bocado mais o produto. E nesta zona em especial, que é tipo o Lower East Side de Lisboa. O mercado está a desenvolver-se, há cada vez mais pessoas de todo o mundo", refere.

Além dos óculos, que se vão renovando à medida que começarem a ser vendidos, durante o próximo mês, o espaço vai receber outros projectos independentes na área da moda e do lifestyle, como o bar de matcha que se instalará logo à direita da entrada. "Uma amiga nossa chegou agora de Nova Iorque vai trazer montes de stock da Diesel, coisas da Margiela, peças de desfile – em princípio, no fim-de-semana que vem", comenta. Jóias de autor e achados de moda vintage também vão ter lugar nas salas adiante.

Pedro está, no fundo, a testar o que será um espaço sem prazo de validade. Uma loja despojada, como esta, onde quer congregar marcas de moda menos difundidas no circuito mainstream. Por enquanto, a pop-up da Wide Shades está garantida até 6 de Abril. Depois dessa data, é esperar que a colecção de Pedro Leote encontre morada numa loja lisboeta.

Rua Poiais de São Bento, 108 (São Bento). Ter-Dom 11.00-20.00. Até 6 de Abril

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