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O espaço, no número 46 da Praça das Flores, já o conhecemos bem. Visitamo-lo há pouco mais de um ano para dar a conhecer o 46 Lisboa, que além de restaurante e bar, era casa para músicos e artistas das mais variadas áreas, a fazer lembrar o Soho, em Nova Iorque. Mas desde Outubro que o ambiente e os sabores nos levam para outras latitudes. É que agora quem lá mora é o El Cebichero, um restaurante descontraído, apesar da estética moderna que herdou, e que, entre outras coisas, serve ceviche.
Salvador Sobral, João Baptista, Bernardo Crespo e Kellman Sequeira, os sócios do El Clandestino, em Cascais – com um menu também virado para os sabores peruanos –, e Duarte Cardeira, que foi chef de bar do antigo El Clandestino Lisboa, são os responsáveis. De Cascais trouxeram ainda emprestado o chef peruano Teófilo Quiñones, que desenhou a nova carta. “Os meus sócios já trabalhavam com um chef que a melhor coisa que sabe fazer são ceviches. Já que se tinha essa mais valia houve a possibilidade de abrir um novo espaço em Lisboa e obviamente utilizar a prata da casa”, revela Duarte Cardeira.
O ceviche está, definitivamente, a ganhar terreno na cena gastronómica da cidade. Só nos últimos meses, além do El Cebichero, abriram pelo menos mais dois restaurantes peruanos em Lisboa: o Amaru, no Cais do Sodré, e o Choclo, na Bica. “A gastronomia sul-americana é uma moda para ficar”, comenta Duarte, acrescentando que o seu restaurante se distingue “pela vibe muito porreira, tanto para um date a dois, numa onda mais intimista, como também numa onda mais fun, de beber uns copos e estar com uns amigos. Este espaço consegue proporcionar as duas coisas em simultâneo”, justifica.
À mesa ou ao balcão (a melhor opção segundo o responsável), não se deve então falhar os ceviches, como o el clandestino (19€), uma mistura de mariscos e peixe branco com creme de coentros. Os tiraditos, que se diferenciam do ceviche pelo corte do peixe, em tiras, são outra opção. O peruano (18€), por exemplo, cobre as lâminas de peixe branco com um creme de ají amarelo – um chilli peruano. A isto juntam-se os baos, de atum (12€), por exemplo, com lâminas de atum em molho oriental, limão e aji limo peruano. “Os baos vêm de uma necessidade de ter alguma coisa com alguma temperatura”, explica Duarte Cardeira. Tudo isto é para ser partilhado.
As bebidas, criadas pelo chef de bar, também merecem destaque. O tradicional pisco sour (11€) ou a margarita (10€) são boas escolhas.
“Não queremos estender a carta demasiado, o restaurante é muito pequeno. Para manter o standard de qualidade nós preferimos ter uma carta mais reduzida e trabalhar muito bem os pratos. Muito mais do que estender a carta, queremos mudá-la sazonalmente”, avança o responsável. Mas estes não são os únicos planos para o futuro. O desejo de Duarte e dos seus sócios é animar as noites com DJs e “não ter reservas”. “Queremos que chegue a um ponto em que a malta tem de chegar mais cedo, como acontece em sítios de renome em Lisboa”, remata.
Praça das Flores 46. Qua-Dom 18.00-00.00
+ Choclo, um sítio para comer ceviche e sentir a Bica
+ Viseversa: um café de inspiração francesa, de menu simples e aposta forte nos cocktails