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Em Alvalade, o Cultural Club aposta nas sandes italianas, mas acima de tudo em criar uma marca

Os donos do Cobaia agarraram a oportunidade de criar um negócio num cowork escondido em Alvalade. O menu é simples e rápido, mas nem por isso menos cuidado.

Cláudia Lima Carvalho
Escrito por
Cláudia Lima Carvalho
Editora de Comer & Beber, Time Out Lisboa
Cultural Club
Gabriell Vieira
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A ideia já existia de alguma forma e por isso quando a oportunidade surgiu não foi preciso pensar muito. Havia um espaço para ser explorado no Kübe Coworking e o desafio foi lançado aos sócios do Cobaia, não muito longe dali. “Inicialmente o pedido até era mais para [criarmos] uma coisa de cafeteria/brunch”, revela João Gama. “Mas eu não queria abrir mais um brunch igual ao que já existia”, completa Jorge Redondo, que optou por se atirar a um menu de sandes italianas. O Cultural Club abriu há menos de um mês com um menu curto e simples, mas nem por isso descuidado. O espaço tem onda, mas é pequeno – ao contrário dos planos. 

“Eu já tinha isto na cabeça há algum tempo. Fui a Itália muitas vezes quando era miúdo e a pizza al taglio [pizza à fatia] era das coisas que mais me marcava. Depois, começou-se a inovar e começou a haver muitas casas de sandes. Não vou mentir, não estou a inventar a roda, não estou a inventar nada, mas isso foi a minha grande inspiração para aqui”, conta Jorge Redondo, sócio que é também o chef do Cobaia e deste Cultural Club. 

Da ideia da pizza à fatia, ficou a vontade de fazer alguma coisa que funcionasse de forma rápida e prática. De Itália, chegam os ingredientes escolhidos a dedo, entre vários testes. Já o pão é feito na vizinha Isco, agora nas mãos do grupo Paradigma (Ofício, Canalha…). “Até chegarmos ao pão foi um processo demorado, começámos com umas ciabattas, mas não estávamos a gostar. A focaccia nunca esteve em questão porque é um pão muito gordo, leva muito azeite e acaba por condenar um bocado o que se pode usar dentro do pão e eu não queria que o pão me obrigasse a escolher os ingredientes, queria que fosse uma coisa mais simples”, explica Jorge. “Acabámos na pinsa romana, que é um pão muito mais arejado, fininho, sem miolo.”

Cultural Club
Gabriell Vieira

São seis as opções, mais uma especial que muda semanalmente – nos últimos dias, por exemplo, destacava-se uma sandes com salame rosa, stracciatella, pasta de trufa, pesto genovese e rúcula (12€). “Muitas vezes, os fornecedores falam-nos de produtos novos para experimentarmos e a special é uma forma de testar”, acrescenta o chef, confidenciado que ter já em mente o dobro das sandes daquelas que acabaram no menu. “O objectivo é sempre brincar com o special, dar coisas diferentes a conhecer.”

Em pouco tempo, os dois sócios já conseguem até apontar as preferências, ou não fosse a de pancetta, stracciattela, pesto trapanese e agrião (12€) a mais pedida. “Entre as duas vegetarianas, há pessoas que adoram a de straciatela [com salmorejo, pesto genovese e rúcula, 11€] e há outras que preferem a de cogumelos [confitados com mozzarella fior di latte, pesto trapanese e rúcula, 10€]. Está mesmo 50/50”, revela. 

Há ainda uma sandes de rosbife, taleggio, manteiga de nduja e rúcula (11€) e outra despeck, creme de gorgonzola e ricota, pasta de trufa, salmorejo e agrião (12€). 

Cultural Club
Gabriell VieiraJoão Gama e Jorge Redondo

“Só usamos ingredientes italianos. Onde me podem apontar o dedo é no salmorejo, que não é italiano, mas espanhol. No fundo, é um molho de tomate frio. Basicamente [leva] tomate, alho, azeite, sal, água e um bocado de pão para engrossar, para ficar mais com a textura de molho”, defende Jorge. “Isso é a única coisa que se vê na carta que não está 100% italiano, mas acaba por ser o nosso molho de tomate. Nós é que gostamos de identificar como salmorejo, para as pessoas também saberem o que estão a comer”, diz.

Ao menu há um almoço que permite, por mais 3,5€ acrescentar bebida e batatas fritas caseiras – feitas no Cobaia, tal como todas as preparações. É possível que em breve este combo fique disponível o dia todo e que ao final do dia surja uma happy hour. “Estamos numa rua que não tem comércio, mas há mais de mil pessoas a trabalhar nesta zona”, reforça Jorge, visivelmente contente pela rápida adesão ao negócio. “Temos ficado surpreendidos até com os jantares”, atira João Gama. 

Quando chegar ao Verão, a dupla conta de ter uma pequena esplanada. Até lá, há planos para levar estas sandes italianas a outras paragens, a começar já em Março no Market da Stylista, em Cascais. 

Cultural Club
Gabriell Vieira

“Este negócio é completamente escalável, aqui estamos a testar o produto. Isto é um negócio para abrir noutras localizações. Aqui, como costumamos dizer, foi por oportunidade. Há sítios com mais visibilidade”, resume João, destacando a aposta dos sócios em criar “uma marca”, mais do que um restaurante. “Temos o nosso merch brutal, estamos a fazer uma comunicação bastante forte, até mais do que fizemos com o Cobaia, e estamos muito confiantes no produto que temos."

Rua do Centro Cultural 27B (Alvalade). Seg-Sex 12.00-22.00

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