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Há muito tempo que sabemos que Sofia Vergara é mais do que uma carinha laroca. Durante mais de uma década, a actriz colombiana fez parte de Uma Família Muito Moderna (2009-2020), no papel da enérgica Gloria Pritchett, uma colombiana a viver nos EUA que ao longo das temporadas ia deixando preocupantes pistas sobre as suas origens. Por exemplo: "É apenas um rapto, é normal para a minha família". Agora é mesmo a sério. Na nova minissérie da Netflix, encarna Grilselda Blanco, uma das maiores e mais brutais narcotraficantes da história, uma colombiana radicada em Miami, onde durante muitos anos liderou um cartel de tráfico de cocaína.
“Griselda narra a vida real de Griselda Blanco, uma mulher de negócios colombiana ambiciosa e perspicaz, que criou um dos cartéis mais lucrativos da história. Mãe dedicada, a mistura letal de charme e selvajaria de Blanco ajudou-a a navegar habilmente entre a família e os negócios, levando-a a tornar-se amplamente conhecida como a Viúva Negra”, lê-se na sinopse oficial. Não foi a única alcunha. A Madrinha foi outra, como veremos nesta produção de seis episódios inspirada na sua vida, e passada na Miami dos anos 70 e 80 do século passado. Sofia Vergara é também produtora executiva, numa série co-criada por Eric Newman, director de produção de Narcos e Narcos México, e realizada por Andrés Baiz, também realizador de Narcos. Mas este é um outro universo. “Ela não era tão famosa como o Pablo Escobar, mas até ele tinha medo dela na altura. Ela era independente e nós nunca vimos um barão da droga organizar um carregamento de cocaína da Colômbia e depois ir para casa cuidar dos três filhos. Imaginem, tipo, o Tony Montana [Al Pacino, em Scarface] a fazer uma lancheira”, descreve Vergara, citada num dossier de imprensa divulgada pela Netflix.
Griselda arranca no início da sua ida para Miami, com três filhos e um quilo de cocaína, até à sua queda. E a actriz descreve Blanco como “uma personagem muito complexa”. “Não é uma heroína e muitas das coisas que fez foram terríveis. Mas também era muito interessante. Havia tantas nuances para explorar em termos de quem ela realmente era – como líder de um cartel e uma mulher de negócios destemida na Miami nos anos 70, e, claro, como mulher, como mãe. Não era uma mistura muito comum. Era alguém que fazia o que fosse preciso para proteger a sua família. Pelo menos, era isso que, supostamente, ela dizia que a movia. Queria realmente explorar isso do ponto de vista do facto de ela ser uma das únicas mulheres na história a ter ido tão longe como foi”, recorda a actriz. Mas sublinha que tiveram "muito cuidado para não a glorificar na série", ao desenharem esta história mais aprofundada sobre a narcotraficante. E de como, “contra todas as probabilidades, uma mulher pobre e sem instrução da Colômbia conseguiu criar um enorme império multimilionário numa indústria dominada por homens, num país que não era o seu, através de tácticas engenhosas e cruéis que ela própria concebeu”.
Netflix. Estreia a 25 de Janeiro
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