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Em Setembro, a programação grátis do D. Maria II vai ser alargada a mais espaços

Raquel Dias da Silva
Jornalista, Time Out Lisboa
Teatro Nacional D. Maria II
Fotografia: Arlindo CamachoTeatro Nacional D. Maria II
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No Rossio, a programação para 2019-2020 arranca a 14 e 15 de Setembro com o Entrada Livre, programa que este ano se estende, pela primeira vez, a outros espaços da cidade – como o Capitólio, o Largo de São Domingos e a estação ferroviária vizinha.

Como vem sendo habitual, a rentrée do Teatro Nacional D. Maria II, em Setembro, arranca com um programa de Entrada Livre, que este ano inclui lançamentos de livros, leituras encenadas, visitas guiadas, um concerto na varanda e vários espectáculos. Entre eles, os dois que marcam o início da temporada: Colecção de Artistas, de e com Raquel André, que – após a estreia a 14 e 15 – ficará de 18 a 29 de Setembro, na Sala Estúdio, a mostrar os artistas que coleccionou em Bergen, Varsóvia, Salzburgo, Cincinnati, Nova Iorque, Loulé, Berlim, Orleães, Faro, Lisboa e Porto; e Antígona, de Sófocles, numa encenação de Mónica Garnel, sobre lei, justiça e direitos humanos, para ser vista de 15 de Setembro a 6 de Outubro, na Sala Garrett.

Colecção de Artistas, de Raquel André.
Fotografia: Rubén Monfort

“Seja a primeira ou a centésima vez que vem ao D. Maria II, queremos que veja o teatro de que vem à procura e que também se surpreenda ao encontrar o teatro que ainda não sabia que podia ver”, afirma em comunicado o director artístico do D. Maria II, Tiago Rodrigues, que continua a misturar novos artistas, nacionais e estrangeiros, com nomes consagrados. Também queremos que o acesso ao teatro seja cada vez mais democrático” – razão porque durante os dois primeiros dias da nova temporada ainda poderá ver gratuitamente mais três espectáculos: a Caminhada dos Elefantes, texto de Inês Barahona e encenação de Miguel Fragata, sobre o caminho que todos temos de fazer, um dia, para nos despedirmos de alguém (em cena nos dias 14 e 15 de Setembro, às 11.00, na Sala de Cenografia); a estreia em Portugal de Pur Présent, do francês Olivier Py, que dá início à romaria até ao Cineteatro do Capitólio (nos mesmos dias, às 17.00), para descobrir como viver com dignidade, ou pelo menos tentar; e a História da loucura na época clássica de Foucault, espectáculo final do projecto École des Maîtres, com encenação de Angélica Liddell (em palco a 15 de Setembro, às 20.00, na Sala Garrett, de volta ao D. Maria II).

No âmbito do programa Entrada Livre, pode contar ainda com o concerto da artista moçambicana Selma Uamusse, na varanda do teatro virada para o Largo de São Domingos, às 21.30 de 14 de Setembro; visitas guiadas à exposição José Marques: fotógrafo em cena, a 14 e 15 de Setembro, no D. Maria II, em vários horários; leituras encenadas em ambos os dias, em vários espaços da cidade, incluindo na Estação do Rossio; e os lançamentos dos livros Abílio de Mattos e Silva, vol. 9 da Coleção Biografias do Teatro Português, de Eunice Tudela de Azevedo; Preparação do Ator do seu Processo Criador de Encarnação (vol. II), de Konstantin Stanislávski; e Laboratório Escrita para Teatro, Textos 2018/19, com coordenação de Rui Pina Coelho.

Apesar desta ser a primeira vez que o programa Entrada Livre se alarga à estação do Rossio e ao Capitólio, numa edição anterior já tinha saído do Teatro Nacional D. Maria II para actividades no Palácio da Independência.

De Tennessee Williams a William Shakespeare

Para a temporada 2019-2020, o D. Maria II acolhe ainda criações como Mon€y, da companhia Mala Voadora, com direcção de Jorge Andrade e texto original de Deborah Pearson; Purgatório – A Divina Comédia, a mais recente criação do Teatro O Bando; A Morte de Danton, numa encenação de Nuno Cardoso e do TNSJ; Canto da Europa, de Jacinto Lucas Pires; Fake, mais uma peça conjunta de Miguel Fragata (encenação) e Inês Barahona (texto); Bruscamente no Verão Passado, o clássico de Tennessee Williams, com encenação de Bruno Bravo; Aurora Negra, uma criação de Cleo Tavares, Isabél Zuaa e Nádia Yracema, vencedora da segunda edição da Bolsa Amélia Rey Colaço; Tempo para refletir, a nova criação da dupla Ana Borralho e João Galante; Catarina e a beleza de matar fascistas, com texto e encenação de Tiago Rodrigues; Romeu e Julieta, de John Romão, a partir do incontornável texto de William Shakespeare; e ainda A vida vai engolir-vos, um espectáculo de Tónan Quito a partir das quatro principais peças de Tchékhov, apresentado em parceria com o São Luiz Teatro Municipal.

Ricardo III, de William Shakespeare.
Fotografia: Arno Declair

No que diz respeito às grandes produções internacionais, destacam-se também Ibsen House, do australiano Simon Stone a de Ibsen; Crash Park, do encenador francês Philippe Quesne; Bajazet, um espectáculo onde Frank Castorf mistura a tragédia de Racine com O Teatro e a Peste de Antonin Artaud; ou Ricardo III, de Shakespeare, numa encenação de Thomas Ostermeier e Schaubühne, com apresentações a 31 de Dezembro de 2019 e 2 e 3 de Janeiro de 2020, que marcarão o Ano Novo no Teatro Nacional D. Maria II.

O D. Maria II dá ainda continuidade a várias actividades de sucesso, como o Clube dos Poetas Vivos, a decorrer uma vez por mês em parceria com a Casa Fernando Pessoa; o projecto de espectáculos para a infância Boca Aberta, que este ano traz dois novos espectáculos ao Salão Nobre Ageas; projectos de incentivo ao teatro jovem, como o PANOS – Palcos Novos, Palavras Novas ou o K Cena, que pelo segundo ano consecutivo encontram casa no D. Maria II; ou o projecto de digressão nacional Rede Eunice Ageas, que conta agora com o apoio do Grupo Ageas Portugal.

Este ano, além de peças de teatro, a Sala Garrett e a Sala Estúdio acolhem, pela primeira vez, o novo ciclo “Danço, logo existo”, com cinco espectáculos de dança, entre 17 e 30 de Abril de 2020, que começa com Seis Meses Depois, a nova criação de Olga Roriz, e encerra com Bacantes – prelúdio para uma purga, de Marlene Monteiro Freitas, que venceu o Leão de Prata da Bienal de Veneza em 2018.

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