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O atraso já é superior a um ano, mas há agora mais um pequeno sinal de avanço: a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) emitiu um parecer favorável ao prolongamento da Linha Vermelha até Alcântara, comunicou a empresa Metropolitano de Lisboa (ML), citada pelo Jornal de Negócios.
Apesar das várias acções de protesto e tentativas de travar pelo menos a criação da "estação vermelha" de Campo de Ourique, prevista para o Jardim da Parada, para já, o desenho da nova linha deverá seguir os moldes previstos. "As condicionantes e medidas de mitigação estabelecidas pela APA não incidem sobre o traçado" apresentado, refere a ML. Em 2022, o Fórum Cidadania Lx, em conjunto com a Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza e a Casa de Goa – Associação de Goa, Damão e Diu, e acompanhada pelo movimento Salvar o Jardim da Parada, interpôs uma providência cautelar sobre a construção da estação no "pulmão de Campo de Ourique", motivado por questões relacionadas com a ecologia e o ambiente, como a existência de árvores centenárias no local. O processo judicial foi, aliás, um dos responsáveis pela derrapagem nos prazos de execução das obras da linha – são agora mais de dois anos. Mas o tribunal emitiu uma decisão desfavorável, pelo facto de a obra ainda não ter começado a ser executada. O movimento Salvar o Jardim da Parada, no entanto, garantiu que iria "continuar a falar, até à última". Além desta estação, há outras três previstas no novo troço de cerca de quatro quilómetros: Campolide/Amoreiras, Infante Santo e Alcântara. Recalculando os prazos, o percurso não estará pronto a funcionar antes de 2028.

Sobre a estação do Jardim da Parada, é ainda de referir que, de acordo com o Relatório de Conformidade Ambiental do Projecto de Execução (RECAPE), as obras vão implicar a escavação de um “poço de ataque” no lugar dos dois inicialmente previstos, com vista a minimizar o impacto da obra no local.
Na visão da ML, a decisão favorável da APA "constitui um marco importante na materialização do projecto, permitindo que a consignação da empreitada se efectue, previsivelmente, no primeiro semestre de 2025" (as primeiras previsões apontavam para que a obra estivesse já em curso há vários meses, mas tanto a Linha Vermelha como a circular ou a Violeta sofrem atrasos). Ainda assim, a decisão da APA não é tudo. Faltam o parecer de Conformidade Ambiental do Projecto de Execução (DCAPE), bem como o aval da Associação Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC). Por outro lado, sendo mais de 75% do financiamento proveniente do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) – 357,5 milhões de euros de um total de 405 milhões – e, tendo a obra de estar concluída até 2026 (exigência do PRR), também aqui se levantam dúvidas sobre a possibilidade de concretização. O Governo, ainda assim, garante que tudo está seguro.
Amarela era para 2024, Violeta volta a concurso
Quanto à Linha Amarela, cuja abertura estava inicialmente prevista para o último trimestre de 2024, não deverá ficar pronta antes do Verão do próximo ano. E a Violeta, que também entrava no pacote de investimentos com base no PRR, acabou por perder essa fonte aquando do primeiro concurso lançado, que ficou deserto. Em breve, será lançado um novo concurso, sendo que o valor-base poderá ter de ser ajustado. A 28 de Fevereiro, em entrevista ao Eco, o CEO da Mota-Engil, Carlos Mota Santos, diz que a empresa vai voltar a concorrer, mas que o valor – de 450 milhões de euros – terá de ser revisto em alta.
Em Outubro, o Governo traçava um ponto de situação sobre as obras de expansão do metro em Lisboa, assumindo atrasos entre os 18 e os 30 meses. Ainda assim, nas diferentes intervenções sobre o tema, nunca deixou transparecer hesitações. "Todos os projectos que recebemos nesta pasta de transição são para executar", garantia a secretária de Estado da Mobilidade, Cristina Pinto Dias.
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