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Não é restaurante mas sim uma cafetaria com comidas brasileiras. O Borogodó abriu no Príncipe Real para ser um complemento da livraria Travessa mas também viver por si aos finais da tarde, sempre com ritmo brasileiro.
“Não adianta ter a porra toda e não ter borogodó.” A frase está inscrita numa das paredes e é a maneira de Carolina Henke, dona de negócios como o Café na Fábrica ou a Brigadeirando, explicar a expressão brasileira que não tendo tradução literal, significará “uma coisa especial” ou “um charme”, o equivalente à francesa je ne sais quoi. O Borogodó abriu na porta ao lado da livraria Travessa, no Príncipe Real, e tem pequenos-almoços, almoços ligeiros e petiscos brasileiros e caipirinhas para o after-work.
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“É a primeira vez que tiro a máscara e deixo descobrir que sou mesmo brasileira”, confessa, recordando que quando abriu o Café na Fábrica, na Lx Factory, preferia que não soubessem a sua nacionalidade. Foi agora desafiada pelo fundador da Casa Pau-Brasil a lançar-se nos salgados e não quis misturar marcas – aqui tem brigadeiros e bolos com cobertura de brigadeiro da Brigadeirando mas é uma marca inteiramente nova. Não pretende ser restaurante, até porque tem uma cozinha pequenina, mas sim uma cafetaria, primeiro de apoio à Travessa – “todas as Travessas no Brasil têm uma” –, com pequenos-almoços e opções que vão das sandes e croissants (a partir de 2€) ao açaí com fruta e granola (8€).
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A oferta continua com as opções de almoço, onde encontrará caldo de feijão preto (2€) ou de cenoura (2€), tapiocas recheadas com queijo coalho (5,50€), com carne seca com requeijão (7,50€) ou a de goiabada com queijo fresco (6,50€), e os pratos mais compostos de escondidinho de carne seca (8,50€) ou de cogumelos (7,50€). Aqui poderá provar também pamonha, um petisco brasileiro muito comum nos estados do nordeste, feito com uma base de milho verde e servido na própria casca do milho numa versão salgada ou recheada com algo doce (5,50€). Isto sem falar no pão de queijo ou coxinhas (2€) sempre presentes na montra.
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“Tudo terá sempre algum produto brasileiro. Queremos fazer parte de um roteiro brasileiro que tem aparecido aqui no Príncipe Real”, reforça. Um dos fortes serão os finais de dia – às quintas, sextas e sábados haverá sempre música ao vivo e a ideia será apostar nos petiscos, ou “tira gostos do boteco” e nas caipirinhas. Há dadinhos de tapioca com geleia picante (3,50€), torresmos (3,50€) ou biscoito polvilho (3,50€) para acompanhar as quatro versões de caipirinhas (tradicional, de Minas, do Rio e da Bahia, entre os 7€ e os 7,50€) e os cocktails de autor, apresentados do mais amargo ao mais frutado e refrescante.
O melhor mesmo é pegar numa das caipirinhas, tirar o pé do chão e ir até à máquina de pinball vintage ali ao lado – não é boa só para fotografias, funciona mesmo e por 1€ tem direito a umas quantas bolas para reviver tempos de outrora.
Rua da Escola Politécnica, 42 (Príncipe Real). Dom-Qua 10.00-22.00, Qui-Sáb 10.00-01.00.