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Os nómadas digitais são uma tendência que só surgiu nos últimos anos, mas a lista de potenciais destinos para eles não pára de crescer (e até falámos com alguns para saber como é). No entanto, o fenómeno tem as suas desvantagens, e os habitantes de certas zonas da Europa consideram que os nómadas contribuem para a gentrificação.
A Extremadura, região autónoma que faz fronteira com Portugal, tem uma das populações mais pequenas de Espanha, o PIB per capita mais baixo do país e a taxa de desemprego mais elevada. Para ajudar a impulsionar a economia da região, as autoridades estão a abrir os braços e a oferecer aos nómadas digitais até 15 mil euros para se mudarem para lá.
Os responsáveis políticos da Extremadura destinaram, no total, 2 milhões de euros para esta iniciativa, na esperança de atrair 200 nómadas digitais para a região.
Embora a Extremadura possa não corresponder ao sonho cosmopolita de se mudar para uma grande cidade, o custo de vida é baixo – cerca de 30% mais baixo do que em Madrid – e o que falta à região em termos de infra-estruturas de transportes é compensado por uma cobertura de fibra óptica e móvel acima da média nacional. Além disso, é muito bonita – considerámos esta região remota de praias interiores, bosques e geoparques um dos destinos mais subestimados da Europa.
Então, quem se pode candidatar? O principal target da Extremadura são os trabalhadores remotos que sejam profissionais altamente qualificados no domínio da tecnologia e que possam trabalhar totalmente à distância. Já se mudou para Espanha? Não se preocupe, pode candidatar-se na mesma, tal como as pessoas que vivem noutros países – só não pode ter vivido na Extremadura nos últimos seis meses.
Os cidadãos extracomunitários também podem concorrer desde que tenham um visto de nómada e, se vier de outra região espanhola, é necessário um relatório original fornecido pelos serviços de Segurança Social do país. As ajudas recebidas também são muito variáveis.
De acordo com a euronews, as mulheres, as pessoas com menos de 30 anos e as que se mudam para cidades com 5 mil habitantes ou menos têm direito a uma bolsa de 10 mil euros. Os outros podem candidatar-se até 8 mil euros. Ao fim de dois anos, as pessoas da categoria 1 receberão mais 5 mil euros e as da categoria 2 receberão 4 mil euros.
Ainda não se sabe quando serão abertas as candidaturas, mas prevê-se que seja por volta da publicação do Diário Oficial da Extremadura sobre o programa, provavelmente em meados de Setembro. As inscrições terão de ser enviadas electronicamente aqui e, se forem aceites, deverão ser respondidas nos três meses seguintes.