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Estão estas donas de casa desesperadas dispostas a matar?

Não falamos da conhecida série, mas antes de outras três mulheres à beira de um ataque de nervos. No entanto, não é uma referência inocente.

Cláudia Lima Carvalho
Editora de Comer & Beber, Time Out Lisboa
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Mudam-se os tempos, mas nem por isso as vontades. Ou os homens trapaceiros e as mulheres ardilosas (e vice-versa). Do mesmo criador de Donas de Casa Desesperadas, chega Why Woman Kill, uma série que se estreou no ano passado nos Estados Unidos na CBS e que a HBO estreia agora em Portugal.

O cartão de visita do criador Marc Cherry é especialmente importante neste caso: apesar de o enredo ser bem diferente, os fãs de Donas de Casa Desesperadas vão encontrar aqui alguns traços semelhantes. As mulheres protagonistas de agora não vivem no mesmo bairro, nem sequer na mesma época, mas nem por isso deixam de partilhar os mesmos dramas quotidianos e quase sempre caseiros. Mas Why Woman Kill Cherry dá um passo em frente, abordando de forma inteligente, quase velada, o tema da violência doméstica em três décadas diferentes e na sua forma mais incomum: as mulheres que querem matar os maridos porque foram traídas. Mulheres que levam uma boa vida e que, aparentemente, nem sequer têm grandes conflitos com os homens. Mas é tudo fogo de vista: eles têm-nas como garantidas e mantêm vidas paralelas, outros namoros e aventuras.

A primeira história leva-nos para 1963, quando Beth-Ann (Ginnifer Goodwin), uma dona de casa exemplar, descobre que o marido tem uma amante. Depois, avançamos para 1984, em que uma socialite vistosa, Simone (Lucy Liu), tem um ataque de nervos quando percebe que o seu marido mantém relações extraconjugais com outros homens. Por fim, em 2019, Taylor (Kirby Howell-Baptiste) é uma advogada respeitada num casamento aberto e que julgava feliz, até ao dia em que a entrada em jogo de uma amante abana a sua crença no poliamor.

A piada da série está no facto de todas as histórias terem como cenário a mesma mansão, em Pasadena, Califórnia. Os anos passaram, os protagonistas também, mas os dramas estão lá, apesar de se notarem diferenças, não só no cenário e guarda-roupa, como no discurso e nas regras que cada época impõe. A mulher que se quer ver livre do homem na década de 1960 tem uma luta diferente daquela que pretende fazer o mesmo em 2019.

Apesar da apresentação, Why Woman Kill, que parece ter todos os ingredientes de um drama, é uma comédia. Uma comédia negra que chega, por vezes, a piscar o olho à novela – tal como acontecia há 15 anos com Donas de Casa Desesperadas. E não é por acaso.

HBO. Sex (Estreia T1).

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