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Quem diria que o mês Pride iria arrancar assim, com praticamente todos os eventos cancelados e um World Pride global a acontecer online (dia 27)? Junho começa morno, mas aos poucos, alguns estabelecimentos vão hasteando a bandeira arco-íris. É o caso do Shelter, no Príncipe Real, bar bear a funcionar desde 2016 e que agora reabriu com um novo conceito e um novo fôlego. No bairro mais gay-friendly do país, orgulha-se de ser o único bar gay a funcionar.
Rui Couto, um dos sócios, é uma “pessoa precavida” e sempre pensou “na restauração, no café”, conta. Em tempos de desconfinamento, o Shelter reinventou-se desta maneira, apesar de algumas pessoas “ainda não estarem muito receptivas” à ideia de sair para beber copos com distanciamento. “Adaptei o bar e estamos a fazer quiches caseiras, bolos, pastelaria”, enumera Rui. “Temos umas pastas frias para o almoço e o jantar. É uma maneira de dar trabalho ao meu pessoal, que está a precisar.”
Das onze da manhã às onze da noite, o Shelter, conhecido anteriormente pela “apericena”, com petiscos italianos e bebidas aos fins de tarde de domingo, agora até serve pequenos-almoços, numa carta adaptada à situação actual e que se chama “menu covid”. Não é que não continue a servir bebidas: continua e com preços mais baixos. O aperol spritz (7,50€) é a especialidade da casa. Por estes dias, o bar que recebe “uma clientela muito ursa” estaria a abarrotar de turistas de visita ao Lisbon Bear Pride, o festival do orgulho bear. Outros tempos. Enquanto não há festas, transforma-se também em galeria. “Eu e o Max [o outro sócio] tínhamos duas lojas de gravuras antigas em Itália e também já temos uma preparada [para abrir] aqui.” Fica na rua ao lado (Rua Ruben A Leitão), no lugar da antiga loja de roupa interior e fetichista Mr Woof. Até abrir as portas, algumas das gravuras estão em exposição no novo velho Shelter.
Todos os dias, 11.00-23.00, no Shelter. Rua da Palmeira, 43-A (Príncipe Real, Lisboa)