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Este projecto quer salvar o planeta, uma refeição de cada vez

A ANP|WWF aderiu ao Eat4Change, um projecto internacional em prol da transição para dietas sustentáveis.

Raquel Dias da Silva
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Raquel Dias da Silva
Jornalista, Time Out Lisboa
dieta sustentável
Fotografia: Brooke Lark
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É imperativo mudar os nossos hábitos alimentares. O desafio é lançado pela ANP|WWF, que apresentou recentemente o projecto internacional Eat4Change, que pretende promover a transição para dieta sustentáveis e arrancou com um inquérito realizado em nove países europeus. Os resultados revelaram que 87% dos portugueses inquiridos têm interesse em comer de forma mais sustentável, mas não sabem bem como o devem fazer. Para ajudar, foi criado um Menu Eat4Change, com mais informações e dicas. Em breve, devem ser lançadas mais ferramentas focadas na mudança de hábitos alimentares.

Financiada pelo programa da Comissão Europeia DEAR (Development Education and Awareness Raising), a iniciativa arrancou no início de 2021, com o tal inquérito a nove países europeus: Áustria, Bélgica, Suécia, França, Grécia, Finlândia, Portugal, Estónia e Reino Unido. Com coordenação da WWF Finlândia, conta com mais de doze parceiros, incluindo Portugal, e deverá terminar apenas em 2024. “A alimentação é um tema central para atingirmos uma natureza positiva e a promoção de uma dieta sustentável pode travar as alterações climáticas e a degradação do nosso capital natural. É essencial todos percebermos como cada refeição conta”, assegura Ângela Morgado, directora-executiva da ANP|WWF.

WWF
Savanta:WWF Eat4Change survey International research, Consumers report April 2021

Segundo o inquérito divulgado, os portugueses inquiridos mostram-se preocupados com os impactos ambientais causados pelos alimentos produzidos e consumidos em grande escala como a poluição (94%), a perda de biodiversidade (94%), a destruição de terra arável (93%), o aquecimento global (94%) e as alterações na qualidade de lagos, rios e oceanos (94%). Estas preocupações são partilhadas a nível europeu, com as médias de percentagens a rondar entre os 77% e os 80%. “O equilíbrio alimentar tem impactos na saúde pública, ambiental e até económica. O ser local, sazonal e mediterrânico não é oco e faz falta”, destacou a secretária de Estado do Ambiente, Inês dos Santos Costa, na apresentação da iniciativa internacional.

Aumentar o consumo de leguminosas e frutas, em detrimento de produtos de origem animal, como carne e lacticínios, é um dos princípios fundamentais das dietas sustentáveis, assim como evitar alimentos processados, privilegiar produtos frescos e certificados, respeitar a sazonalidade e não desperdiçar. “Comprar local, num raio de 30 quilómetros, e produzir, porque mesmo num apartamento é possível produzir, e comer com intenção”, acrescenta a actriz Mafalda Matos, embaixadora Eat4Change, juntamente com o surfista Miguel Blanco. “Muitas vezes a desconexão que temos com a natureza é a desconexão que temos connosco próprios. Quando estamos a comer, devemos honrar esse momento, em vez de estarmos nos Instagrams da vida.”

Além de uma campanha publicitária, com produção da Lobby Films e realização de Telmo Martins, a ANP|WWF tem previsto o lançamento de um site e de uma aplicação, de um Guia de Consumo de Proteína Animal, de um cabaz de produtos alimentares sustentáveis, de workshops em escolas de hotelaria e de acções em festivais de Verão. Mas já há material disponível para consulta, desde vários episódios #Eat4Change: O Chef Ensina, com receitas sustentáveis para pôr em prática, até ao relatório “Achatar a Curva: O Poder Restaurador das Dietas que Respeitam o Planeta”, que demonstra como a mudança para dietas sustentáveis pode não só melhorar a nossa saúde, como ajudar a salvar o planeta.

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