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Em Lisboa já são oito as escolas em que os miúdos podem apanhar um comboio de bicicletas e ir para as aulas de uma forma divertida e saudável. Tal como nos comboios normais, há linhas e horários definidos, e cada criança junta-se a ele numa “estação” do percurso. Para cada quatro crianças, há um monitor, e cada comboio é liderado por um “maquinista”, garantindo a segurança dos miúdos. Aliás, a segurança está mais do que garantida, já que a iniciativa tem contado com o apoio entusiástico dos pais, que muitas vezes se juntam também ao comboio no percurso até à escola.
Diga-se, em abono da verdade, que esta iniciativa partiu precisamente deles. Tudo começou em 2015, quando um pai que levava o filho de 5 anos para a escola de bicicleta decidiu mexer-se para que outras crianças e pais se pudessem juntar – assim nasceu o CicloExpresso do Oriente. O primeiro comboio partiu a 25 de Maio de 2015, com 12 crianças rumo à Escola Básica do Parque das Nações. Pais, voluntários e membros da Junta de Freguesia passaram a assegurar o funcionamento do comboio todas as sextas-feiras.
A Câmara Municipal de Lisboa só embarcou nesta viagem em 2019, criando um projecto piloto em duas escolas, por proposta da Bicicultura, a cooperativa sem fins lucrativos responsável pelo CicloExpresso do Oriente. E o projecto correu bem. “São os miúdos que trazem os pais. Quer dizer, quando o comboio chega às escolas causa um certo impacto, os miúdos ficam todos excitados e vão dizer aos pais que também querem vir”, conta Miguel Cambão, da Divisão de Estudos e Planeamento da Mobilidade da CML e que é também monitor dos comboios.
Para o ano lectivo de 2020/21, a CML adquiriu o serviço à Bicicultura, que agora coordena a operação em todas as escolas: D. Filipa de Lencastre, Sarah Afonso, O Leão de Arroios, duas Básicas de Telheiras e uma do Bairro do Restelo, e o Colégio Pedro Arrupe. O funcionamento dos comboios varia de escola para escola. Numas é diário, noutras só existe alguns dias por semana; numas há várias linhas, noutras só uma. Actualmente, a CML garante 14 comboios em oito escolas, abrangendo um total de 129 crianças, que estão cobertas por seguro, tal como os monitores e maquinistas. Quem se quiser voluntariar, pode ser monitor, recebendo formação para isso.
E afinal o que é preciso para apanhar este comboio? Primeiro: a criança não precisa de ser nenhum João Almeida – basta ter uma bicicleta sem rodinhas, ter equilíbrio razoável, sem quedas frequentes, e saber usar os travões. Segundo: precisa de a inscrever aqui. Neste formulário pode também inscrever-se como monitor, especificando a sua disponibilidade. Terceiro: uma vez confirmada a inscrição, cada linha tem um grupo de WhatsApp onde se partilham informações práticas e a localização do comboio em tempo real.
A escola dos seus miúdos ainda não tem uma linha? Mande um mail para que a CML possa estudar a hipótese de criar uma. A mais recente nasceu no início de Abril na Escola Sarah Afonso, nos Olivais. Quem sabe qual é a próxima paragem?
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