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Nesta quinta-feira, 14 de Novembro, inaugura a nova exposição individual de Vhils na Galeria Vera Cortês (já é a oitava!). Em "Diafragma", o artista apresenta duas séries de obras que têm na luz e na sombra o dispositivo para reflexão sobre as questões colocadas pelos avanços tecnológicos.
A rede de iluminação pública eléctrica das cidades, no século XIX, foi uma revolução, permitiu aos seres humanos libertarem-se do ciclo natural dia/noite, luz/trevas. É sobre a metáfora das trevas como desconhecido, perigo e ignorância e da luz como sinónimo de conhecimento e racionalidade que "Diafragma" (o dispositivo que controla a entrada de luz, em fotografia) assenta.
As lâmpadas tubulares constroem peças que evocam a urbanidade, o ritmo imparável das cidades, a velocidade, a permanente conectividade, o avanço tecnológico. Já a série "Blinders" (estores) reflecte sobre a ausência de luz, a cegueira desses avanços tecnológicos. A sociedade moderna é também a da exclusão de camadas da população e mesmo de comunidades inteiras, a sociedade da desinformação, a de novos colonialismos, agora digitais, a da omnipresente vigilância. "A tecnologia de hoje desafia-nos a pensar se estamos a iluminar o caminho certo ou a criar novos campos de cegueira", reflecte o texto de apresentação.
Alexandre Farto, aka Vhils (1987), é provavelmente um dos artistas plásticos contemporâneos mais conhecido dos portugueses, com os seus retratos de grandes dimensões em edifícios devolutos que interpelam directamente quem passa. Em 2014, quando tinha 27 anos, a exposição "Dissecação" teve 65.600 visitantes, o recorde de visitantes para um artista português no então Museu da Electricidade. As técnicas usadas para criar os desenhos, tão pouco convencionais como fazer explodir camadas superficiais de paredes, ou tirá-las com martelo pneumático ou ácido, também terão ajudado. Desde 2005 que Vhils é convidado a expor por instituições internacionais. Sempre a experimentar novas técnicas e materiais, as suas obras têm-se desenvolvido em variados suportes, das instalações ao vídeo, cinema e palco. As inquietações sobre a forma como cresce a cidade e quem é deixado para trás, essas, permanecem.
Rua João Saraiva, 16, 1.º andar (Alvalade). Ter-Sex 14.00-19.00, Sáb 10.00-13.00, 14.00-19.00. Até 11 de Janeiro. Entrada livre (toque à campainha). Inauguração: 14 de Novembro (quinta), 20.00-23.00
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