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A ampliação do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA) foi planeada entre 2015 e 2016, mas só ontem, dia 4 de Janeiro, o Governo anunciou algo concreto: a "aquisição de três prédios na Avenida 24 de Julho, que permitirá finalmente a expansão" da estrutura, "algo muito importante", na visão do primeiro-ministro, António Costa. O anúncio foi feito na cerimónia que marcou a entrada em funcionamento de duas novas empresas de gestão do Património Cultural nacional: a Museus e Monumentos de Portugal (MMP), E.P.E. e o Património Cultural, I.P.. Já através da plataforma X (antigo Twitter), o governante referiu "a aquisição de terrenos na Avenida 24 de Julho com vista à expansão do MNAA Lisboa", classificando a decisão tomada em Conselho de Ministros como uma "ambição há muito desejada".
A ampliação do museu é considerada pelo actual director, Joaquim Caetano, um movimento "crucial", uma vez que a estrutura se debate há anos com problemas como a falta de espaço e uma acessibilidade deficitária. A medida havia sido aprovada em 2021 pela Assembleia Municipal de Lisboa já depois de ter sido defendida por António Costa, em 2016, meses depois de ter abandonado a presidência da Câmara Municipal de Lisboa (CML) e numa altura em que frisava a importância de estreitar relações entre o Governo central e a autarquia. O projecto de ampliação do MNAA tem, desde 2015-2016, sido então discutido entre o museu, a Direcção-Geral do Património Cultural, o Governo e CML.
Por outro lado, segundo o primeiro-ministro, a criação das duas novas entidades entidades de gestão cultural (a MMP e a Património Cultural) representa “um passo muito importante para que a Cultura seja mesmo um ministério e possa ter organismos que estão focados e centrados na realização das missões que lhe estão atribuídas: gestão de museus e monumentos, a sua valorização e animação, e simultaneamente a valorização do património cultural”. O funcionamento da MMP, por sua vez, envolve um investimento de 16 milhões de euros, alocado à reabilitação do Palácio Burnay (abandonado desde que dali saiu o Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa), na Rua da Junqueira, em Alcântara, onde irá funcionar aquele organismo.
Estes investimentos, afirmou António Costa no Palácio da Ajuda, "significam que o reforço do orçamento do ministério não se destina exclusivamente ao financiamento da criação cultural, não se destina exclusivamente à aquisição de obras de arte, mas tem de se destinar também a dotar os organismos do ministério da sua capacidade de actuação permanente”. Dos 187 milhões de euros orçamentados para a Cultura em 2015, “foi possível atingir 514 milhões de euros em 2024", destacou o governante. Nas contas entra, evidentemente, o Plano de Recuperação e Resiliência, que está a permitir "fazer um investimento sem paralelo na reabilitação e restauro do património cultural", num total de 216 milhões de euros.
Recorde-se que, há um ano, o Ministério da Cultura anunciou a ampliação de outro equipamento cultural de grande relevo em Lisboa: o Museu Nacional de Arte Contemporânea (MNAC). O equipamento expandirá para as antigas instalações da PSP, no Chiado, estando o concurso público de concepção para o projecto de remodelação e ampliação do MNAC aberto até Março.
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